No Brasil, a luta é contra o coronavírus e as fake news

No Brasil, a luta é contra o coronavírus e as fake news

Desde março de 2020, quando o coronavírus deu os seus primeiros sinais em terras brasileiras, uma avalanche de “receitas milagrosas” tomou conta das redes sociais, principalmente dos grupos de WhatsApp. Ao menos uma vez no dia era comum receber uma mensagem dizendo para “tomar bastante água quente, pois o vírus era sensível ao calor e não sobreviveria”. A indicação, dizia a informação, havia sido feita por especialistas, mas sem citar nomes. Outra dica famosa era o poderoso Chá de erva-doce, capaz até mesmo de matar o vírus.

Essas “receitas milagrosas” também poderiam ser chamadas de fake news, termo que se propagou na corrida presidencial dos Estados Unidos, em 2016, e que também marcou as eleições brasileiras em 2018. Afinal, quem não se lembra da avalanche de notícias falsas, desde simples mensagens repleta de desinformação até imagens manipuladas, que tomou conta das redes sociais antes e principalmente durante o período de campanha eleitoral?

O negacionismo propagado por muitos desde a chegada do coronavírus ao Brasil é apenas o reflexo do que foi “plantado” lá atrás. Agora, as informações falsas também envolvem a vacina e atrapalham a campanha de imunização, que está tão atrasada no país. Quem nunca ouviu ou leu que os imunizantes contêm chips que vão “rastrear as pessoas e roubar os seus dados” e agora, as mais recentes, que dizem que as vacinas têm ímãs que causam magnetismo?

Infelizmente, essa “colheita” de fake news custou e ainda está custando muito caro. Custou vidas, custou o fim de pesquisas e diversos cortes na educação e saúde, está custando o desmatamento da Amazônia, a desvalorização da cultura brasileira, e tantos outros custos. A pergunta que não cansa de ser feita, mas que parece estar longe de ser respondida é: até quando as fake news prevalecerão sobre a verdade?

 

 

 

 

 

 

 

 

Carol Castilho é jornalista e co-editora do Diário do Engenho.

 


Foto de capa: imagem altera de Greta Thunberg postada por um deputado brasileiro em sua conta no Twitter.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *