Eleições municipais: a hora e a vez de Piracicaba

Eleições municipais: a hora e a vez de Piracicaba

As eleições municipais que se aproximam e devem acontecer ainda em meio à pandemia do Novo Coronavírus, no mês de novembro, carregam mais do que nunca – talvez com nenhuma outra eleição até agora – a esperança por novos tempos.

Em jogo, muito para além das vagas no executivo e legislativo das cidades, está o rechaço (ou o lamentável apoio) à ideologia antidemocrática, neofascista, brutal, burra e violenta alçada ao poder no plano federal e em alguns estados brasileiros.

Nesse sentido, se os cidadãos e cidadãs dos mais variados municípios do Brasil elegerem candidatos que professam o discurso de ódio do bolsonarismo e se alinham à política neoliberal da extrema-direita nacionalista e truculenta, as eleições legitimarão os desmandos de um desgoverno que vem minando os direitos do trabalhador, a cultura, o meio ambiente, os direitos humanos, a política internacional, a economia e a saúde do brasileiro – haja vista o genocídio de, até agora, mais de 104 mil pessoas vitimadas no país pela Covid-19 e pelo descaso do governos federal em relação à pandemia.

Na encruzilhada de sua história mais recente, Piracicaba está também no olho desse furacão que pode ou não arrasar de uma vez uma cidade há tempos carente de gestão e organização política condizentes com seu potencial. Cabe, assim, ao eleitor e a eleitora piracicabanos, analisar os candidatos, estudar a ideologia de seus partidos, ouvir e refletir sobre seus discursos e propostas antes de apertar o botão verde na urna eletrônica.

Parece evidente, mas nunca é demais alertar, que se Piracicaba já é carente e deficitária em tantas áreas elementares – como a da cultura, a da educação, a do meio ambiente e a da saúde, por exemplo – fato é que a eleição de candidatos da extrema-direita e do neoliberalismo econômico fará de Piracicaba uma terra definitivamente arrasada.

Se no plano federal o bolsonarismo exterminou o Ministério do Trabalho e o Ministério da Cultura, se em um ano e meio de desgoverno não se foi capaz de indicar um ministro da educação à altura do cargo, se mesmo em meio à maior crise de saúde pública da história do país estamos ainda sem um ministro efetivo para o Ministério da Saúde, o que esperar dos candidatos ligados ao bolsonarismo se eleitos para comandar Piracicaba a partir de 2021?

A hora e a vez de Piracicaba se aproxima e eleger candidatos dispostos a construir uma cidade democrática por meio de um trabalho comprometido com as necessidades básicas dos munícipes e preocupados em atender e respeitar os direitos constitucionais dos cidadãos e cidadãs é mais do que fundamental, é vital.

Piracicaba não pode mais seguir no marasmo e na inépcia atual, mas – menos ainda – não pode também se arriscar a eleger aqueles e aquelas que representam a anti-democracia populista de uma direita obcecada pela violência e pelo ataque deliberado a tudo o que representa o bem comum social. A hora é de mudança – e de mudança ancorada na democracia.

A opção pela democracia, assim, precisa ser a única opção . Por isso, a eleição de candidatos que defendam governos preocupados com a manutenção da Constituição Federal e dos direitos dos cidadãos apresenta-se a todos e a todas nós, dessa forma, como o único caminho para o reencontro com a busca por tempos melhores, mais justos e mais pacíficos. Afora isso, o que resta é a barbárie. A mesma barbárie que vemos afundar o país no lodo do vexame que nos vitima e nos envergonha aos olhos do mundo.

Diário do Engenho.

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