Não são poucos os casos de abusos e violações dos direitos humanos cometidos pela Polícia Militar do nosso país. Neste último domingo, dia 12, o programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, veiculou mais uma ação criminosa de policiais militares, ocorrida agora no bairro Palheiros, em São Paulo. A ação, vil, se deu quando os policiais abordaram a proprietária de um bar que se encontrava aberto – apesar da exigência legal de se fazer “quarentena” no combate à COVID-19.
Nessa ocorrência – e como registra um vídeo amador – várias foram as ilegalidades e as violências cometidas pelos policiais que nela atuaram – sendo que um deles chegou ao extremo de pisar no pescoço da proprietária do referido bar – à semelhança do que ocorreu com George Floyd, em Minnesota, nos Estados Unidos. Essa mulher, vítima assim da polícia que deveria protegê-la e do Estado que dela deveria cuidar, acaba desmaiando 4 vezes debaixo do coturno do policial que lhe sufoca e tem uma de suas pernas quebradas.
Diferentemente dos Estados Unidos, no entanto, onde a população saiu às ruas do país para repudiar a ação de policiais racistas e violentos, nós – aqui no Brasil – só tomamos conhecimento de tamanha truculência da polícia paulista nesse caso passados mais de 40 dias do ocorrido. É isso mesmo, o fato em questão aconteceu no dia 30 de maio, sendo veiculado pela imprensa apenas no último dia 12 de julho.
Não podemos nos silenciar diante de tamanha brutalidade, bem como não temos como acreditar na justificativa dada por tais policiais, que argumentam que a mulher os agrediu primeiro, com uma barra de ferro. Essa e tantas outras justificativas dadas por esses policiais criminosos são descabidas e padecem de fundamentos fáticos e jurídicos. Apesar disso, o Estado dá guarida a eles, os acoberta e os legitima. Por isso, cada dia que passa as violações aos direitos humanos têm sido agravadas no estado de São Paulo. Os policiais militares sabem que, acobertados pelo Estado, por mais grave que seja o crime a ser cometido por eles, sairão impunes.
No caso em tela, o governador Dória afastou a esses policiais de suas funções e eles responderão a um inquérito instaurado. Todavia, bem sabemos que se não houver manifestação da população, esse caso será mais um caso que não dará em nada e cairá no esquecimento. Não nos esqueçamos que esse é o governo que, ao tomar posse, disse que “a polícia iria atirar para matar.”
A ação com que a polícia militar atuou nesse caso foi cruel, truculenta e com requintes de crueldade. Portanto, trata-se de mais uma ocorrência repugnante, intolerável, inaceitável!
É preciso acabar com as ações violentas da polícia paulista. É preciso combater o racismo e o preconceito estruturais que estão na base das ações criminosas dos policiais paulistas. Nos levantemos sempre contra todas as violações de direitos cometidas pelo Estado!
Rai de Almeida é advogada.
(errata: correção no título feita às 11h03 de 15/07)
Eu acho que alei nao esta correta sobre a seguranca hoje porque uza uma farda acha que é o tal mais nao é assim pois hoje a tal seguranca que sao os problema a violencia esta de mais no pais e ninguem toma uma providencia
A frequência com que os casos de violência policial tem ocorrido é assustadora! Isso mostra que não se trata apenas de desvios pontuais. É preciso discutir a questão abertamente e de modo cada vez mais intenso. Quanto aos indivíduos que praticam tais atos, é preciso tratá-los como o que são: delinquentes. A expulsão das corporações é apenas o primeiro passo civilizatório. Posteriormente o judiciário se encarregará das punições de caráter criminal.
Artigo muito oportuno e necessário. Certamente o bar deveria ter sido fechado, mas o tratamento dada à proprietária é algo que temos de repudiar com vigor. Até porque não se trata de caso isolado.
A violência policial precisa ser barrada com formação continua em Direitos Humanos e todos/as devem ter acompanhamento de profissionais da psicologia, para que possam ter um espaço de escuta.
É preciso punir exemplarmente os maus policiais, sob pena do governo perder sua autoridade. Dezenas de organizações do MNU, solicitaram audiência com o governador, entraram com representação junto ao MP e ainda não foram atendidas. Lamentavelmente o policial em questão, já está de volta às ruas. O que torna o país todo, um lugar muito mais perigoso de se viver.