Conhecer parte da África do Sul e participar de safáris fotográficos no coração da selva, para quem ama animais, como eu, é um sonho maravilhoso que se tornou real.
Percorrer o santuário sagrado e intocável dos bichos, em jipe sem capota, sentindo o vento no rosto, o sol causticante, cheiros e sons das savanas, é mesmo uma sensação indescritível. O desafio maior é conseguir ver os cinco grandes, os “Big Five”, que são o leão, búfalo, rinoceronte, elefante e leopardo. Como estávamos com muita sorte, conseguimos ver os cinco em dias diferentes, pois participamos, eu, meu marido e um casal amigo, de quatro safáris! Muita gente se considera satisfeita avistando três ou quatro dos “big”. Mas a fauna é riquíssima e tem muito mais animais como girafas, hipopótamos, gnus, zebras, que pastam tranquilos, e bandos de macacos, hienas, entre outros, sem contar a infinidade de aves.
Os carros saem sempre às cinco da manhã e às quatro da tarde, quando o sol não está tão forte, e ficam rodando por três horas seguidas pelas poeirentas trilhas de terra, aos solavancos. Para nossa sorte, não choveu nenhum dia! E nem sentimos as horas passarem, tal a emoção, ansiedade e expectativa.
Uma coisa é ver elefantes e girafas tristonhos, acorrentados, e leões presos em jaulas minúsculas em circos ou zoológicos. Judiados, acuados, muitos com garras e dentes extirpados. Outra, bem diferente, é vê-los soltos, altivos e imponentes, livres em seus habitats naturais.
Os machos impondo sua força e defendendo seus territórios e as fêmeas orgulhosas, caminhando com suas crias. Nada de animais submissos e maltratados.
Felinos bocejam e se espreguiçam ao sol como se fossem gatos domésticos. A natureza mostra-se exuberante sem a ação predatória do homem. Não se avista nenhum saquinho plástico, copos descartáveis, nada de poluição ou lixo, pois animais não poluem e não destroem o meio ambiente.
Rinocerontes caminham vagarosamente e tomam banhos de lama. Uma hiena cruza a trilha e me assusta o tamanho dela. Pelas ilustrações em livros e pelos documentários televisivos, imaginava que fosse pouco maior que um cão de grande porte, mas ela é realmente imensa.
Cada animal que vi cruzar a trilha era de uma beleza ímpar que não dá para descrever. Não fiquei com medo. Apesar de estarmos invadindo o território deles, talvez deduzam que os jipes que lá circulam não oferecem perigo. Acho que se acostumaram e deixam os carros em paz. É terminantemente proibido alimentar os animais, pois eles fazem parte de um ecossistema perfeito e não precisam dos alimentos industrializados dos humanos.
Tudo é preservado e intocado, pois lá só a natureza age. Perguntamos ao guia se havia veterinários que atendessem os animais feridos e nos informaram que não podem interferirem nada. Animaisse alimentam fartamente nas extensas savanas, se multiplicam, convivemem harmonia. Oscarnívoros só perseguem a presa quando com fome. Quando estão de barriga cheia, ficam lado a lado, sem importunarem-se uns aos outros, em relativa paz.
Com meus olhos marejados de emoção, rezo para que esses santuários ecológicos que ainda restam no planeta, sejam preservados para as futuras gerações, pois seria muito triste se nossos descendentes não pudessem usufruir dessas maravilhas e conhecer ao vivo e em cores essa natureza intocada.
Como a África não é só safári, animais e selva, deixarei para uma próxima crônica minhas impressões sobre os magníficos lugares que visitei.
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Ivana Maria França de Negri é escritora
– http://serveg.blogspot.com.br
Estive junto e adorei. Lindo texto Ivana!
Carmencita, foi muito bom viajar com você e o Luiz!Quero que escreva um texto também. Cada pessoa, mesmo andando pelos mesmos lugares, enxerga por prismas diferentes!
beijos
Ivanita:
Com certeza vou escrever e nele constará suas emoções de alma franciscana aberta ao universo animal!
Ivana viagei com vc,nesta cronica senti até o cheiro
dos animais e vegetais do lugar.
abraços quero saber das aves tambem!
Obrigada, Esther, tudo de bom!
bjos
Deve ser uma emoção indescritível ver esses animais da megafauna em seu habitat natural. Não tem preço!
Ivana,boa noite
Ao ler seu texto(muito bem redigido)fui visualizando as maravilhas
dêsse santuário ecológico.
Parabéns.
Um abraço.
Luzia
Uma crônica de grande beleza, que nos emociona pela sabedoria espontânea e alegria sincera, como a lucidez de uma criança que ama os animais e a harmonia.
Parabéns, Ivana e Diário do Engenho, e agradeço pela oportunidade de vivenciar essas emoções.
Obrigada Clarice! E também pela postagem no Cantinho Literário SOS Rios do Brasil:
http://cantinholiterariososriosdobrasil.wordpress.com/2013/01/13/viajando-pela-africa-do-sul-ivana-negri/#comment-401
bjos
Ivana
Experiência incrível, inesquecível, imperdível para quem ama os animais. Quem sabe um dia consigo realizá-la. Adorei o texto! Consegui me transportar e vivenciar essa emoção.
Beijo
Maria José Soares
E por que não, Maria José? Viajar é uma das melhores maneiras de aproveitar a vida!
bjos
Que injustiça! A girafa não faz parte dos big five? Adoro girafas, Ivana. E elas são maiores que todos os outros empilhados. 🙂 Belo texto. Beijos!
Carla, eu também não entendia porque a girafa, um dos bichos mais interessantes de se ver, não pertencia ao grupo dos Big Five, mas a explicação é que só os mais ferozes fazem parte do grupo.
bjos
Não se pode ser gente fina neste mundo, nem quando a gente é girafa. 🙁
Nunca me imaginei fazendo essa viagem, cara Ivana. Mas agora fiquei até com vontade!
bj
Andrea, eu também nunca pensei que faria essa viagem, mas amei! Vale muito a pena! Talvez mais do que conhecer a Europa!
Gostei demais do texto, Ivana.
Relato forte, mas também sensível e delicado, de vivência com importantes imagens e emoções. Consegui, com a leitura, acompanhá-los na viagem.
Parabéns.
Obrigada, Zilma! Viajar é bom demais!
bjos