Um plano de contingência para Piracicaba

Um plano de contingência para Piracicaba

No dia 22 de fevereiro de 2025 nosso mandato participou de um encontro sobre “Ecologia Integral”, promovido pela Pastoral da Ecologia Integral da Diocese de Piracicaba. Os temas centrais debatidos nesse dia foram a crise ambiental e as mudanças climáticas. Conduzindo esse debate, a professora Nathalia Nascimento – do Departamento de Ciências Florestais da Esalq e Coordenadora da OCA, Laboratório de Educação e Política Ambiental da Esalq/USP – que apresentou dados sobre as mudanças do clima e os desafios globais que já estão vindo com ele. Cerca de 30 pessoas estavam presentes a esse encontro, representando as cidades de Piracicaba, Santa Bárbara d’Oeste e Rio das Pedras.

Dentre os apontamentos da professora Nathalia Nascimento sobre a emergência climática e as ações necessárias para o município de Piracicaba estão: a necessidade de adequação do sistema de saúde sobre as ondas de calor (pensando-se em prevenção de danos e pronto atendimento adequado), a necessidade de se identificar as áreas mais quentes da cidade e promover planos e plantios de “miniflorestas urbanas” (buscando-se criar um clima mais ameno e saudável para a população piracicabana), a necessidade de se expandir a compostagem e o manejo sustentável dos resíduos sólidos no município e a necessidade de se elaborar políticas públicas de incentivo ao consumo de alimentos da agricultura familiar e agroflorestais.

Sobre as épocas mais secas do ano, que estão entre meados de “agosto a outubro”, a professora questiona: “sabendo das altas possibilidades de incêndios e seus agravantes nesse período, por que não temos um plano de mitigação para Piracicaba? ” Ora. O questionamento da professora Nathalia Nascimento – especialista em questões do clima – vai ao encontro do que o nosso mandato – também antenado às questões climáticas e seus desdobramentos em nosso município – vem questionando e buscando soluções já há alguns anos. Em síntese, nos irmanamos à fala da professora e ratificamos a questão: o que o município de Piracicaba – e seu Executivo Municipal – estão esperando para elaborar um plano de contingência para as questões climáticas em nossa cidade?

No ano passado, o nosso mandato realizou uma audiência pública sobre o tema – que contou com a presença de especialistas, professores e representantes do Executivo que, então, se encaminhava para o encerramento de sua gestão. Nessa audiência pública, apresentamos à também um plano de contingência – que já havíamos protocolado na Casa ainda no início do ano de 2024 – referente ao enfrentamento das questões climáticas – e que observava e preparava a cidade para a ocorrência de fenômenos climáticos de menor impacto até situações mais adversas, como a de severas estiagens e tragédias causadas pela chuva.

Como não houve no legislativo tempo hábil para que esse plano pudesse tramitar na Câmara e em suas comissões a fim de poder ser apresentado para ser votado em sessão camarária, nosso mandato está propondo agora sua reapresentação desse plano. Afinal, e a ciência é quem está certificando isso, não há mais tempo para deixarmos o tema das questões climáticas de lado. É preciso agir com celeridade, sobriedade e efetividade antes que sejamos atingidos por qualquer ocorrência acerca da qual não poderemos alegar sermos pegos de surpresa.


Rai de Almeida é vereadora.

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