Satélites Starlink são vistos em Piracicaba e novas observações poderão ser feitas ao longo do ano

Satélites Starlink são vistos em Piracicaba e novas observações poderão ser feitas ao longo do ano

A pandemia trouxe algumas reflexões sobre desacelerar e valorizar as simplicidades do dia a dia, que por conta da correria passavam totalmente despercebidas aos olhos humanos. Uma flor que nasceu em um pequeno “vão” da calçada, um passarinho que parou para descansar nos fios do poste e, entre tantas outras maravilhas, observar o céu. No último domingo (2), quem teve a oportunidade de olhar para o alto por volta das 18h20, em Piracicaba e em diversas regiões do Brasil, presenciou um show de luzes protagonizado pelo “trem de satélites”, como é popularmente conhecido.

Os satélites fazem parte do projeto Starlink e de tempos em tempos eles podem ser vistos a olho nu aqui no Brasil. Entre os dias 28 de abril e 4 de maio, 120 unidades foram lançadas ao espaço pelo foguete Falcon 9, na Kennedy Space Center, em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). Nos primeiros dias após o lançamento, eles permanecem em grupos, com um curto espaçamento entre cada um, formando uma “linha de luzes” no céu e proporcionando um belo espetáculo.

Por meio do site ou do aplicativo Find Starlink, é possível acompanhar o número e o trajeto de cada satélite, inclusive os dias e os melhores horários em que eles poderão ser vistos, de acordo com a sua localização e também com as condições climáticas do local em que você está. De acordo com informações da Find Starlink, na próxima segunda-feira (10), dois satélites poderão ser observados com boa visibilidade entre 5h25 e 5h46.

PROJETO STARLINK

Idealizado em 2015 pelo empresário Elon Musk e administrado pela empresa aeroespacial SpaceX, o projeto Starlink tem o objetivo de realizar um grande avanço no setor de telecomunicações, levando internet para todo o mundo, principalmente nas regiões mais afastadas, em que o sinal de banda larga é fraco. O programa quer criar uma “megaconstelação” e colocar pelo menos 12 mil satélites na órbita da Terra, com lançamentos periódicos que acontecem desde 2019. Atualmente, 1.565 já foram enviados.

O BRASIL E OS SATÉLITES

No dia 28 de fevereiro deste ano, o Brasil lançou satélite Amazônia-1, o primeiro 100% desenvolvido pelo país em uma parceria entre o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) com a AEB (Agência Espacial Brasileira), órgãos ligados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. O lançamento aconteceu no Centro Espacial Satish Dhawan, na cidade de Sriharikota, na província de Andhra Pradesh, na Índia.

O Amazônia-1 está localizado numa altitude média de 752 km acima da superfície terrestre e tem como um dos objetivos fundamentais o fornecimento de dados e imagens para observar o desmatamento, principalmente na região amazônica, monitorar a agricultura em todo o país, a região costeira, e os reservatórios de água e florestas.

Os satélites são os responsáveis pela transmissão do sinal de televisão, rádio, pelo GPS presente nos celulares, pela comunicação entre aviões e navios no mundo todo e muitas outras funções. Mas nesse assunto o Brasil ainda está dando os seus primeiros passos. Dos mais de 20 mil objetos lançados no espaço, o país tem apenas dez satélites, sendo sete grande e o restante nanossatélites que são usados para as áreas educacionais.

Uma das maiores dificuldades para que o Brasil tenha os seus próprios satélites são os altos custos para desenvolver um. O Amazônia-1, por exemplo, teve um investimento de cerca de R$ 400 milhões. Já o SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação estratégicas), construído em Cannes, na França e lançado em 2017, custou R$ 2,8 bilhões aos cofres públicos.

 

 

 

 

 

 

 

Carol Castilho é jornalista e  co-editora do Diário do Engenho.

 

 

 

 

 

Foto de capa: Ilustração – MCTI.

Foto interna: divulgação.

Fonte: INPE/SpaceX.

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