Jair Napoleão Bolsonaro Bonaparte (ou “o Menino Maluquinho”)

Jair Napoleão Bolsonaro Bonaparte (ou “o Menino Maluquinho”)

Ultimamente, toda a vez que Jairzinho se manifesta tenho a impressão de estar ouvindo um inimputável, ou seja, alguém que ou por ser menor de idade (uma criança) ou por apresentar sinais de alienação (como os loucos de todo gênero), na expressão jurídica, não podem ser responsabilizados por suas palavras e atos.

Imagino uma reunião de gente grande, na qual estão os ministros do Supremo, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, até alguns ministros de estado nomeados, e inclusive o Vice-Presidente da República,  e em que, de repente, irrompe no recinto o moleque travesso com poses varonis e gritando palavras de ordem: “é hoje”, ou “o povo me chama a tomar atitudes ousadas”, ou “não estica que a corda arrebenta”, ou ainda “sou o rei da Prússia Oriental até as estepes russas”,  “serei coroado imperador do Brasil” – e as pessoas na sala se entreolham com um sorrisinho e ar de piedade, e cochicham:

– É, hoje Jairzinho tá mais ruinzinho que o normal”. Ou ainda. – “Viu, vamos ouvi-lo logo, e paciência, ele é só café com leite”.

Lembram-se quando éramos crianças e alguém dizia, quando íamos brincar, que um pequenino ia ser tolerado, mas não levado a sério porque era novinho demais para entender o caráter da brincadeira? Era o chamado café com leite.

Isto explicaria o porquê de Napoleão Bolsonaro só tergiversar no chiqueirinho, com rompantes burlescos, como que montado num cavalo de pau, chapéu de jornal, e espada de plástico em uma das mãos em riste – enquanto à socapa seus ministros do desmatamento ambiental e da perdulariedade econômica praticam seus malfeitos contra a nação brasileira e o povo do planeta Terra em geral.

Escrevo estas linhas numa tentativa de dar modesta contribuição a jornalistas, tanto de esquerda como de direita, e a filósofos e críticos sociais/políticos que têm tratado deste assunto com muita seriedade e buscando entender o que se passa, na expectativa de que verifiquem que suas preocupações com Jairzinho são todas infundadas. Dalí não vem nada. Ele não tem nada, ninguém. Nem um Sancho Pança para segui-lo se resolver sair à rua com seu incrível exército (imaginário) de Brancaleone. Muito mais pensar que ele tem um cabo do exército para segui-lo no fechamento do Supremo.

Enfim, preocupemo-nos com aquilo que realmente faz a diferença, e entendamos que os alienados ou incapazes devem ser respeitados, e eventualmente, como no caso, com obsequiosa e tolerante comiseração.

Neste sentido ainda, fico pensando se o correto não seria nomear-se um tutor para o interditando como manda a Lei. Já temos alguma experiência no ramo. Poderia ser uma Regência Trina Provisória ou Permanente. Exemplo: um Ministro do STF, um Ministro de Estado, o Presidente do Congresso Nacional. Ou, talvez, só o “impeachment” baste.

 


 

 

 

 

 

 

 

 

Alexandre A. Gualazzi é advogado, ex-professor e doutor em direito.

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