Lançamento será nesta terça-feira, às 19 horas, em plataforma digital.
O “Projeto Alma Puída: as almas se costuram” nasceu da necessidade de dar voz ao que nos angustia e ainda nos aflige nestes 15 meses de pandemia em que somamos cerca de 500 mil óbitos no Brasil e mais de 3 milhões no mundo. De acordo com seus organizadores, o projeto leva em conta a força da palavra contribuindo para fazer ecoar a vida e superar os momentos de luto.
A ideia base do Projeto Alma Puída é colher áudios gravados por pessoas que desejarem participar do projeto expondo nesses áudios, que precisam ter até 3 minutos cada, as marcas da pandemia do coronavírus em suas vidas. A partir da colheita dos áudios recebidos, os organizadores farão uma coleção – uma montagem que funcionará como uma grande colcha de retalhos feita de fragmentos de memória e depoimentos em áudio.
O projeto será lançado nesta terça-feira (15/06), às 19h, em formato on-line, com coordenação do Instituto Angelim e em parceria com o Memorial da Pandemia. A idealização é do Grupo de Trabalho Expandir o Presente, Criar o Futuro.
“Estamos vivendo algo jamais imaginado no planeta. As vidas ceifadas, os sonhos perdidos. Nosso desabafo pode ajudar a curar as feridas e, ao mesmo tempo, se transformar em ação. Juntar nossas vozes pra ajudar a transformar esta realidade é o nosso principal objetivo”, explica a socióloga Mirlene Simões.
De acordo com a professora Monica Fonseca Severo, “lutar contra a desmemória é uma necessidade diante da tentativa de escamotear a realidade da pandemia e do pandemônio”. “Nossa ação de resistência artística é uma homenagem às vítimas do descaso e do negacionismo. Registrar, salvaguardar esta memória para que as gerações futuras possam conhecer, refletir e não repetir”, salientou.
“Como um tecido puído, desgastado e cansado, somos arrastados pela existência. Nos sentimos solitários, e nesse isolamento imaginamos que o que sentimos é apenas individual”, declarou a artista visual e pesquisadora Fabiola Notari, para quem, “a coleção de áudios surge como acolhimento para reunirmos forças para continuar de maneira mais consciente”.
Um ensaio para um poema
Para a artista plástica e professora aposentada Lucimar Belo, “é de vozes coletivas que se trata o projeto”. “Coloque a sua e aguarde para ouvir muitas. Neste último ano, a nossa voz está embargada, está com pulso, está presa. Vamos liberar nossa voz e juntá-la a um vozerio. É este o objetivo do Projeto Alma Puída”, enfatizou.
Segundo a artista visual indígena Miguela Moura, “a iniciativa valoriza a oralidade”. “Para os povos indígenas este é um fator importante, pois todas as nossas tradições são transmitidas de forma oral”, relatou.
Participe do Projeto!
Qualquer pessoa acima de 18 anos pode gravar áudios, quantos desejar, de até 3 minutos de duração.
As inscrições estão abertas de 7 de junho a 29 de agosto.
Os materiais devem ser enviados parahttp://bit.ly/projetoalmapuida
Todos os formatos de áudio são bem-vindos.
Contatos!
@projetoalmapuida
@institutoangelim
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