Pra não dizer que não falei do CALQ

Pra não dizer que não falei do CALQ

Calq

Ao ver o Centro Acadêmico Luiz de Queiros (CALQ) em reforma, meu coração se
encheu de alegria. Reminiscências vieram à tona. Inaugurado no dia 23 de
maio 1965, às 11 horas da manhã – com sede na Rua Voluntários de
Piracicaba, 473 – o CALQ reinou soberano por várias décadas.

Desde sua inauguração, o prédio fora concebido com três pavimentos. No andar
térreo ficava o hall de entrada para reuniões e exposições, e o teatro com 300
poltronas. No segundo andar, a parte administrativa. No terceiro e último,
um restaurante para os estudantes da ESALQ – o qual depois se transformou na
Boate do CALQ, aberta a todos os estudantes da cidade.

O teatro foi usado por toda comunidade piracicabana, pois na época ainda
não havia o Teatro Municipal. Lá, foi o lugar dos grandes espetáculos da
Noiva da Colina, juntamente com o Teatro São José (Clube Coronel Barbosa).
O grupo de Teatro do TULQ (Teatro Universitário da Luiz de Queiroz) era uma
atração à parte! Peças foram produzidas e encenadas por todo interior
paulista, com elenco exclusivo de estudantes da escola de agronomia,
arrebatando prêmios para a cidade de Piracicaba.

Diretores como Fernando Muralha (TV Cultura), Silvio de Abreu – consagrado tele-dramaturgo da Rede Globo de Televisão – dirigiram espetáculos do
TULQ. Participei dessa instituição, na época presidida pelo eng. Benedito
Moura. Criei o Prêmio Sergio Cardoso (Prêmio de Teatro), em parceria com o
lendário jornal O Diário e o Centro Acadêmico Luiz de Queiroz. Também
dirigi a peça “O Santo Inquérito”, de Dias Gomes, com os atores do TULQ –
juntamente com José Augusto Berlink. Em outra oportunidade, atuei como
ator e produtor na peça “A Rifa”, de Otávio Righeto.

Foi no teatro do CALQ que tive o prazer de trazer para Piracicaba o
espetáculo líder de público na capital paulista: TANGO – com Jaime
Barcelos, Consuelo Leandro, Everton de Castro, Teresa Raquel e Serafim
Gonzalez. Promovi ainda outros espetáculos no teatro da instituição e ali foi
uma das minhas escolas de aprendizado cultural.

Tudo isto pra não dizer que não falei do CALQ e dos momentos de cultura
e deleite que eu e muitos piracicabanos tivemos. A partir de agora, será
somente memória – pois a energia do local já não vibra mais entre nós, pelo
menos a daquele Centro Acadêmico, pois ali está nascendo um hotel (outra
forma de energia).

Assim são as cenas da vida. Ontem alegrias, hoje tristezas, agora saudade
e amanhã novamente alegria.

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João Carlos Teixeira Gonçalves é professor dos cursos de Comunicação da
UNIMEP, memorialista e consultor em Comunicação & Marketing de empresas. 

3 thoughts on “Pra não dizer que não falei do CALQ

  1. Caro João carlos
    Parabéns em relembrar a grande importância do CALQ para Piracicaba e para Esalqueanos como eu Eng. Florestal 1.979).

    Também frequentei esse espaço pra dançar (na época em que ainda dançávamos juntos com a parceira) e pra tomar as caipirinhas e cuba libre com nossos amigos e ir embora pra casa à pé sem ser assaltado

    vamos vivendo e descobrindo outras alegrias em outros locais
    Saudações Esalqueanas
    Gilmar/ Cascão

  2. Caro João Carlos,

    Muito obrigada por deixar viva a memória de um dos melhores tempos de nosso tão querido Centro Acadêmico. Fui presidente do CALQ, responsável pela venda desta Sede e compra de uma nova, mais modesta, porém, mais próxima de nossa Escola. Mas fizemos isto em conjunto com inúmeros ex-presidentes, amigos, e apaixonados por esta Sede até os dias de hoje. Buscamos inclusive o apoio e a memória daqueles que viveram intensamente a construção deste prédio, cuja história, se mistura com a história e o desenvolvimento de Piracicaba. Uma decisão muito difícil em ser tomada, porém, necessária para resgatar a essência e a união dos esalqueanos. Pois com os anos, a Sede se tornou distante e infelizmente esquecida pelos estudantes. Hoje temos uma Sede próxima à nossa Escola, não com a mesma estrutura e com a mesma importância junto à cidade, porém resgatamos nossas memórias, nossa união, nossa cultura e nossas tradições.
    Hoje infelizmente, já não estou tão próxima quanto gostaria. Me formei e a vida profissional me levou para longe da cidade que amo e da Escola que tenho orgulho, mas gostaria de convidá-lo à conhecer nossa nova Sede. Humilde… porém, repleta de boas memórias.
    Saudações Calqueanas,
    Maria Luisa Aguiar ( Diq-Vigarista)

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