A celebração do Natal faz memória da encarnação de Deus, gesto sublime de amor, a marcar de maneira profunda e definitiva a história e existência humana. A experiência do Natal compõe-se como um forte e contundente convite para buscarmos apenas o que é essencial: o amor a Deus em uma vida de serviço ao próximo. De fato, viver a tradição do Natal consiste em fazer a profunda e bela experiência do encontro entre Deus e a humanidade. É neste encontro que a vida humana alcança plena realização e significado.
O Natal de Jesus Cristo, o Divino Salvador, guarda em seu mistério teológico, um profundo sentido pedagógico, a ensinar para a humanidade que a vida deve ser dom, amor, gratuidade, transparência, serviço, despojamento. O próprio relato do nascimento de Jesus já se encontra permeado por simbolismos e representações, que se apresentam como autênticos referencias para o cotidiano da vida. As dimensões de fragilidade e pueridade infantis – Deus que se desveste da perspectiva de onipotência –; a manjedoura, os animais e a estrela – o novo rei nasce sob o signo do total despojamento, estabelecendo comunhão com toda a criação –; a cidade de Belém – herança e superação da aliança davídica –; a presença dos reis orientais – a aliança em Jesus alcança toda a humanidade, a salvação assume uma perspectiva universal, o menino Deus nasce para todos os povos.
O gesto da encarnação revela a predileção amorosa de Deus pela humanidade. O natal de Jesus é expressão clara e evidente de amor. Em Jesus o ser humano descobre que Deus é amor ao mesmo tempo em que o amor desvela-se também como a própria essência humana. No mais profundo do humano repousa a centelha, o gérmen do amor divino. A existência humana somente alcança plena comunhão com Deus quando se abre ao amor. Neste ponto, todas as potencialidades humanas encontram no amor a via, o caminho necessário para a plena realização. Ao amor devem convergir todos os propósitos, anseios e projetos.
A experiência do natal deve significar o mergulho, a busca mais profunda do humano por si mesmo, por sua essencialidade. É no âmago do humano que se encontra Deus. Que o natal de Jesus Cristo seja momento fecundo, tempo oportuno de descoberta e reencontro do homem com sua dimensão mais humana: o amor que da vida, esperança e renova todas as coisas.
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Adelino Francisco de Oliveira é filósofo, teólogo, mestre em Ciências da Religião pela PUC-SP e doutorando pela Universidade de Braga – Portugal.
Nesta tarde da véspera de Natal, importante leitura que me levou à reflexão sobre o amor de Deus pela humanidade.
A leitura que faltava para esses momentos que antecedem nossa comemoração em família. O silêncio espiritual. A melhor lembrança de nossa condição humana. Filhos do amor de Deus.
Obrigada, Professor.
Feliz Natal!
Estimada Zilma,
Entendo que somente a dimensão do amor é capaz de nos abrir possibilidades de vida plena… De fato, que a experiência do Natal renove toda nossa esperança e que o Novo Ano seja tomado por boas possibilidades.
Esteja bem!