Pedro Kawai (PSDB) e Rai de Almeida (PT) entregaram o documento, na manhã desta quinta-feira (5) ao secretário Adolpho Queiroz.
Um manifesto assinado por mais de noventa artistas da cidade solicitando que o prefeito Luciano Almeida (DEM) decline da ideia de transferir, para um dos barracões do Engenho Central, a Pinacoteca Municipal “Miguel Archanjo Benício d´Assumpção Dutra”, foi entregue na manhã desta quinta-feira (6), ao secretário municipal de Ação Cultural e Turismo, Adolpho Queiroz.
Na carta, representantes da comunidade artística afirmam que ainda não há clareza sobre a política cultural que o atual governo pretende desenvolver na cidade, e pedem “explicações pontuais” ao Executivo, sobre os rumores da mudança da Pinacoteca, supostamente para o Engenho Central, que poderá abrigar um projeto já anunciado como Engenho da Cultura.
De acordo com o secretário Queiroz, não se trata de um boato, “mas de um desejo do prefeito Luciano Almeida”. Ele explicou que ainda não há como detalhar todo o processo de transformação do Engenho Central em um grande complexo cultural, pois a proposta ainda está no campo das ideias, sem os projetos executivos nem os recursos financeiros para tanto.
Artistas que acompanharam os vereadores, que já se articulam para criar uma Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, lamentaram que a decisão tenha sido “unilateral”. Rafael Gonzaga de Macedo, do movimento Frente da Cultura Piracicaba, ponderou que “não é necessário o governo ter medo de dialogar com a sociedade” que está querendo mais detalhes sobre a ideia, até para poder compreendê-la.
Já a vereadora Rai de Almeida (PT) foi mais enfática e disse que, embora sempre haverá o respeito e amizade com Adolpho, “questionar é o papel do vereador”. Ela também não concorda com a transferência do acervo da Biblioteca Municipal para outro barracão, alegando que a centralização das atividades culturais vai excluir ao invés de unificar. A mesma opinião tem o vereador Pedro Kawai (PSDB), que reforçou a fala da parlamentar, lembrando que o caminho para democratizar a cultura é levar a arte para os bairros, e não fazer o movimento contrário.
No entendimento de Kawai, a prefeitura não pode esperar que a iniciativa privada assuma uma responsabilidade que é essencialmente sua, e considerou que já era muito difícil conseguir patrocínios e apoios culturais para projetos antes da pandemia, e que agora, em plena crise sanitária, a situação complicou-se ainda mais. “Vamos ampliar o uso dos barracões para dar ainda mais oportunidades para a classe artística e para a população. Trocar de lugar apenas não resolve o problema da visitação e da participação popular”, salientou.
Depois de ouvir as considerações de artistas e vereadores, Adolpho Queiroz disse que o Engenho Central será “a principal engrenagem de um projeto mais amplo, que deverá envolver as duas margens do rio Piracicaba”. Ele não quis detalhar os subprojetos, mas disse que a tendência é transformar o Engenho em um grande complexo cultural e gastronômico. Ele agradeceu a visita e disse que espera contar com a contribuição da Câmara e da sociedade com ideias, afinal “é preciso se adaptar aos novos tempos”.
Das assessorias.