– Vó, você é cringe- hahahaha! Minha neta entrou na cozinha de supetão, enquanto eu secava a pia com um paninho, depois de lavar a louça do almoço.
– Credo, cruzes! Que que é isso? De comer ou de beber?
– Hahaha, pergunte aí para o senhor Google, estou atrasada, vó. Depois a gente conversa mais…secar a pia com paninho é cringe , hahahaha!
Confesso que a curiosidade me mordeu. Já fui procurar o celular e falei para a Siri…” o que é cringe?” Ao ouvir a resposta, tive a certeza de que sou mesmo cringe!
Tudo o que aos olhares dos jovens de vinte e poucos anos é ultrapassado, fora de moda ou até vergonhoso, para chegar mais próximo do termo do original em inglês, é cringe. Entretanto, ocorreu-me de me lembrar dos velhos tempos, quando os filhos eram ainda pequenos e fui trabalhar em outra cidade, mas para manter o cordão umbilical, comprei um celular, tipo tijolão, daqueles que a gente tinha até vergonha de usar, quando tocava, parecia uma corneta e ainda, pesava na bolsa. Um amigo até brincava comigo quando o dito achava de soar, sempre na hora mais errada – “tua bolsa está te chamando”. Usava-o com muita parcimônia, pois eram poucas as pessoas que tinham um àquela época. Pois bem, estava eu na pracinha em frente ao colégio particular onde trabalhava, meio escondida dos olhares curiosos, ligando para os filhos, quando fui surpreendida por um aluno do ensino médio: – Olha só, pessoal, a dona Xis é Hi Tech ! Logo, juntou um grupo de jovens em minha volta, interessados em conhecer o celular, pasmem! Era muita novidade para eles! Isso aconteceu ontem mesmo, em 1995. De lá para cá, tudo foi bem rápido na tecnologia e ai de nós se não a acompanharmos, viramos cringe.
Por falar em telefone, eu sou da época em que era preciso pedir ligação interurbana para a telefonista, profissão estritamente feminina que já foi extinta. Você, que me lê e não é nascido no século passado, nem faz ideia do que seja isso. As telefonistas faziam as ligações por nós e diziam para que esperássemos usando essa expressão – “por favor, não desligue.” Em inglês – “DON’T HANG UP”, que traduzido ao pé da letra – NÃO PENDURE. Aí você pode perguntar-se, pendurar o quê? Hahahaha, queria ver a carinha da minha neta agora…pendurar o bocal no gancho do telefone. Que gancho? Telefone tinha gancho? Tinha, era um dispositivo acoplado ao aparelho de telefone fixo na parede que desligava a ligação quando se pendurava o bocal nele. Se quiser, pergunte para o senhor Google o que significa TO HANG … ele vai responder: ENFORCAR. Isso era literalmente o que se fazia, enforcava o bocal no gancho. Hahahaha,
Estava nessas divagações, quando recebo uma mensagem de WhatsApp de uma amiga:
– Quer comprar uma cômoda antiga? Minha vizinha está vendendo para os antiquários…
– Não, obrigada – respondo prontamente. Tem muita coisa antiga aqui em casa, inclusive EU.
Christina Negro é mestre em Educação pela UNIMEP, diretora de escola, contadora de histórias, avó e gosta de escrever crônicas e contos.
Parabéns, Christina, por sua crônica de estreia no Diário do Engenho!
Adorei! E me diverti muito…
Espero que venham muitas mais.
Sucesso!
Ainda: aprendi hoje com você que também sou cringe.
Obrigada pelo incentivo
Que demais!!!! Adorei!!!!
Parabéns Christina!!!!!
Que bom ler sua crônica Cristina. Parabéns!
Obrigada pelo incentivo. Abraços
Obrigada. Abraço 🤗
Boa noite!!! Quantas qualidades mais você tem além de ser uma excelente pessoa e uma super profissional! Parabéns pela crônica, agora fiquei com o gostinho de quero mais… Grande abraço de seu amigo Marcos do Psicologia Viva.
Eita! Agradeço o carinho
Amei
Você também usa paninhos para enxugar a pia, eu sei! Kkkk
Amei
Exatamente oque vem acontecendo AK em casa .
Estes.dias.mesmo ia no orelhão ,agora orelhão somente as orelhas das pessoas pelo uso da máscara
Bjss
Maria, você é expert em cringes com suas meninas – kkkk
Maria, suas meninas te deixaram expert nesse assunto
Obrigada
Parabéns professora Cristina! Amei e lógico, me identifiquei, hehe! Tenho 63, 6 netos, de 2 meses a 19 anos, imagine o quanto “cringe” eu sou! Kkk
Kkkk somos cringes assumidas, Rita! Abraços
Estou me sentindo peça de museu. Que bom, adoro museus! Parabéns pelas reflexões!!
Muito legal, Cris!
Goste! Achei divertido voltar ao tempo! Parabéns, Cristina, lindo texto! Tia Ada sempre dizia que você era muito inteligente! Mãe não se engana! Bjs🌹🌷😘
Obrigada, Maria. Saudades de você