Acessibilidade e Mobilidade na Cidade

Na semana passada participei de um debate importante que começou a ganhar força em Piracicaba: Mobilidade e Transportes na cidade. O grupo de discussão, que se reuniu em um dos prédios da nossa querida ESALQ, contou com a participação de respeitáveis atores da sociedade, incluindo o poder público municipal. Foram levantadas diversas questões que permearam os seguintes eixos: ciclovias, transporte público, educação no trânsito, poluição do ar, entre tantas outras.

Participei do grupo de trabalho que tratou a questão da acessibilidade e pedestres. Embora muitas vezes este tema seja associado àqueles que não possuem muitas opções de transportes, é algo que atinge diretamente a todos e deve ser enfrentado, a meu ver, como questão de cidadania e também de saúde pública. Isto porque, ao circularmos diariamente pelas ruas da cidade a pé, percebemos um degrau que surge do nada, um buraco ou outro, a diferença dos pisos, a falta de rampas. Ou seja: tudo aquilo que torna nossos trajetos mais difíceis e, por vezes, nos deixa de “presente” uma torção – quando não uma queda.

Por isso, é fundamental que a mobilidade e a acessibilidade sejam encaradas pelo poder local através de políticas públicas que priorizem a segurança e a autonomia dos pedestres. Além disso, é importante associar-se crescimento e desenvolvimento a um plano de mobilidade urbano que repense a utilização dos espaços, edificações e mobiliários e colabore para uma melhor qualidade de vida da população.

Para encerrar, gostaria de dizer que já tinha começado a escrever este texto quando “surgiu” – aqui no Diário do Engenho – a crônica “Quero um Carro-Ovo,” de Carla Ceres (que traz uma bela reflexão sobre a priorização do transporte individual em detrimento do transporte público e coletivo de qualidade). Enfim, mais um texto que mostra a importância desta discussão nos dias atuais – vale a pena conferir!

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A autora:

 

Maíra Negri é graduanda em sociologia e assessora da Câmara dos Vereadores de São Paulo. Apaixonada por Piracicaba, Maíra é a mais recente colaboradora a entrar para o time do Diário do Engenho. Em seus textos, a autora mantém sempre um olhar crítico e atento voltado para as questões estruturais de nossa cidade. 

 

 

 

8 thoughts on “Acessibilidade e Mobilidade na Cidade

  1. Excelente reflexão, colocando em pauta o tema da política e da cidadania. Lembrei-me de Aristóteles ao pensar a política como a arte de organizar a cidade para o bem de todos… Estamos carentes de olhares críticos e, sobretudo, comprometidos com o bem coletivo.

    1. Prezado Adelino, é muito importante ter o seu retorno, suas palavras me deixam honrada e servem de incentivo para que eu continue expressando minha opinião. Obrigada. Quanto ao “olhar crítico”, tenho uma professora que diz que nós sociólogos somos “críticos, críticos”. Abraços.

  2. Oi Maíra!
    Essas discussões acerca da estrutura das vias de transporte em Piracicaba realmente é necessária. Nossa cidade sempre foi muito deficiente nesse aspecto, ainda mais na questão de acessibilidade para os pedestres, assunto completamente negligenciado pelo Poder Público de nossa cidade.
    Aliás, fica uma questão sobre a qual gostaria de saber sua opinião: a manutenção das calçadas deve ser feita pela Administração Pública ou pelo particular?
    Na minha opinião, dada a ineficiência daquela, ela deveria ser feita pelo proprietário do terreno no qual a calçada está conjugada, já que esta é considerada uma extensão daquele. Logo, na minha opinião, deveria haver uma campanha da sociedade civil (que não precisa ser feita necessariamente com a ajuda do Poder Público) para a conscientização das pessoas acerca da manutenção de suas calçadas e (por que não?) das vias públicas também. Se formo esperar a atuação da Administração aí sim iremos torcer o pé a rodo.
    Bom, fica exposto o meu ponto de vista. Qual a sua opinião sobre isso, Maíra?
    Até a próxima! E continue escrevendo esses artigos, acho-os muito importantes para despertar debates.

    1. Olá Sr. José, obrigada pelo seu comentário. Bom, por Lei a responsabilidade pela construção, conservação e reforma das calçadas é do proprietário do imóvel, mas cabe ao Poder Público orientar e incentivar ações deste tipo. Fiz uma pesquisa para escrever este texto e vi que no ano de 2009, a Prefeitura lançou através do IPPLAP um manual de calçadas, ainda disponível no link: http://www.piracicaba.sp.gov.br/UserFiles/File/cartilha_calcadas.pdf. Porém, na minha opinião, um dos principais problemas hoje é que muitas calçadas da nossa cidade possuem vegetação inadequada que acabam interferindo em sua conservação, além disso, outras tantas são construídas com inclinações maiores as definidas pela ABNT NBR 9050:2004. Por isso é tão importante que os órgãos da Prefeitura não só fiscalizem mas também façam sua parte! Abraços.

    1. Obrigada querida! Também fiquei feliz em saber que na cidade existem pessoas pensando o assunto e a elas devo a inspiração deste texto. Beijos

  3. Parabéns pelo texto. Concordo com você quando disse que atinge a todos. Só assim poderemos conscientizar as pessoas com relação a essa questão.
    Abraço

  4. Maíra, que bom ler seu texto e saber que o que ele expressa é compatível com a cidadã que o escreveu. Isso! Ao nos colocarmos na condição de cidadão que deve por direito e dever participar das discussões que envolvem políticas públicas, fica possível acreditar que elas beneficiarão a todos de uma forma global. Um abraço!

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