A vida no mato guarda as suas peculiaridades que a vivência na cidade jamais alcançará: o cheiro da terra molhada, o balançar sem pressa das folhas, a sinfonia dos pássaros, a descoberta de uma nova espécie de flor, de um novo ninho que surge nos locais mais improváveis.
O chão de asfalto dá lugar às estradas de terra. Não há barulho de freadas bruscas do trânsito, nem o som de buzinas que incomodam. Lá no mato não tem prédios, nem construções grandiosas que escondem a visão do céu. Ali, no mato, a lua e as estrelas brilham mais, o sol nasce e se põe sem ser ofuscado pelas luzes artificiais.
No mato as notícias chegam mais devagar. Não há competição entre querer ser o primeiro, nem o melhor. Lá, o maior luxo é a simplicidade, é andar descalço e sentir a grama tocar os pés, é observar o formato das árvores, é ver os animais em liberdade. É perceber que a beleza da vida mora nos detalhes que são desvalorizados na maioria vezes ou que passam despercebidos dos nossos olhos, que estão sempre voltados para as correrias do dia a dia, para a ansiedade do futuro.
Carol Castilho é jornalista.