Temer à beira do abismo

Temer à beira do abismo

Após passagem pífia pelo encontro do G20, em Hamburgo, Temer abandona encontro e volta às pressas ao Brasil na tentativa de salvar mandato.

 

A passagem nula e nem mesmo decorativa de Temer pela Alemanha – no encontro que reuniu os líderes das 20 principais economias do mundo, o G20 – foi encurtada às pressas pelo próprio Temer. Isso por que a aura de tranquilidade que os assessores dele tentaram criar com a ida de Temer ao G20 se derreteu completamente durante o fim de semana.

Na ausência de Temer, alguns dos mais representativos líderes de partidos que compõe a chamada base aliada começaram a anunciar, aqui e ali, a possibilidade de darem início a estratégia de abandonar o governo antes que o barco do Planalto afunde de vez.

Nessa derrocada possível, PSDB e DEM começam a mover suas peças para assumir o Planalto e colocarem Rodrigo Maia (DEM) no trono presidencial. Dentro os tucanos mais célebres – tucanos esses convertidos, cada dia mais, em abutres do poder -, nomes como o de Tasso Jereissati e Geraldo Alckmin começaram a agitar suas penas sobre a carcaça de Temer.

À beira do abismo, Temer passou o domingo reunido com os presidentes da Câmara e do Senado – numa tentativa desesperada de tentar influenciar de algum modo as agendas e as ações das respectivas casas.

A um passo da queda fatal, o ex-vice decorativo alçado ao poder pela força de um golpe parlamentar está prestes a experimentar na própria pele o fio cálido da traição – impetrada por ele (e pelos mesmos que hoje desejam sua cabeça) contra Dilma Rousseff.

Nas mãos de Sérgio Zveiter (PMDB), relator da Comissão de Constituição e Justiça, Temer sabe que a primeira estocada em seu fígado pode vir pelo punhal usado por seu próprio partido. Se Zveiter assumir de fato a tarefa que lhe cabe e der parecer favorável à acusação contra Temer, as ruínas de um triste reinado do eterno vice-decorativo que jamais deveria ter ousado galgar o poder da forma como o galgou começam a aparecer.

O golpe dentro do golpe parece que vai ficando mais possível.

O Brasil é Shakespeariano.

A semana promete.

É esperar para ver.

 

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