O governo acaba de anunciar, às 22h deste domingo, 27 de maio, uma série de medidas que visam atender as reivindicações dos caminhoneiros que há sete dias pararam o país. No bojo dessas medidas estão a redução de 0,46 centavos no valor do litro do diesel por 60 dias, a não cobrança de tarifas de pedágio por eixo suspenso e a promessa de apenas um aumento no valor do diesel a cada mês – o que garante, segundo o governo – maior estabilidade por parte das empresas e dos caminhoneiros no cálculo mensal do frete.
O valor que deixará de ser recebido a partir dessas três medidas provisórias assinadas pelo governo será compensado com dinheiro do chamado “tesouro nacional” – ou seja, com dinheiro do povo. Para não “onerar” a Petrobrás, o governo resolveu que o tesouro nacional arcará com o valor aproximado de 10 bilhões que deverão ser “investidos” pelo governo para poder manter as propostas apresentadas para o fim da greve.
Mais uma vez, a conta do despreparo e do despropósito do governo cai no colo do povo e assalta seu bolso. Mais uma vez, os impostos arrecadados junto ao povo serão desviados de suas respectivas pastas para atender e solucionar – precária e emergencialmente – uma crise nacional de proporções nunca antes vistas.
É o povo, mais uma vez, sendo solapado pelos “poderosos”.
Resta saber, no entanto, se os reais motivos por trás da greve – motivos esses ainda não plenamente claros – serão satisfeitos e contemplados por essas medidas. Ou seja, resta saber se – diante da ação do governo – a greve chegará ou não ao fim.
Pela manifestação dos caminhoneiros até o momento, parece que ainda estamos longe – misteriosamente longe – de uma solução final.