Reunidos em nova assembleia na noite desta quarta-feira, dia 9, os professores da Universidade Metodista de Piracicaba aprovaram, por unanimidade, início de greve por tempo indeterminado. Funcionários, também por unanimidade, já haviam declarado greve pelo mesmo período.
Agrava-se a crise institucional na qual encontra-se mergulhada a Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep. Vencidas as 48 horas iniciais da greve deflagrada no início da semana – acordada em assembleia na noite da última segunda-feira (7) – e não havendo ainda nenhuma sinalização pontual dos mantenedores da universidade para abertura de diálogos, professores e funcionários da instituição deflagraram, em suas respectivas assembleias, nesta quarta-feira (9), por unanimidade, o início de uma greve geral agora por tempo indeterminado.
Avaliada e reconhecida como uma das melhores universidades particulares do interior do estado de São Paulo – e uma das melhores do Brasil – a Unimep vive uma crise interna provocada, em especial – e de acordo com representantes docentes, discentes e funcionários -, por problemas estruturais (administrativos, político-pedagógicos e de recursos humanos) ocasionados pela quebra da autonomia universitária que vem acontecendo na casa, paulatinamente, há alguns anos; e que teria sido iniciada quando da inclusão da universidade à chamada Rede Metodista de Ensino.
Com mais de 12 mil alunos em seu quadro discente, de acordo com números apontados durante a assembleia dessa quarta-feira, a Unimep vê sua comunidade acadêmica deflagrar – numa junção de forças raramente vista na instituição ao longo de sua história – uma mobilização de vulto impressionante que ultrapassa imensamente os muros da universidade.
Para se ter uma ideia da dimensão dessa mobilização, foram lidas durante a assembleia dos docentes desta quarta uma série de declarações de apoio advindas de um grande número de associações de ensino superior do estado e de sindicatos de professores de diversas regiões do país. Foi lida também uma moção de apelo realizada pela Câmara dos Vereadores de Piracicaba, a ser entregue ao diretor da Rede Metodista – Robson Aguiar – pedindo a ele, em apelo, a abertura de diálogos efetivos com os representantes docentes, discentes e funcionários da Unimep. Na mesma trilha, outras instituições educacionais dos metodistas declararam seu apoio inicial ao movimento grevista de Piracicaba – deixando no ar indícios de que essas instituições (como a Umesp, de São Bernardo) possam estar cogitando aderir ao movimento, numa grande mobilização nacional.
No mesmo sentido – e também de acordo com o que foi exposto na respectiva assembleia, o Ministério Público Federal deve intimar, nas próximas horas, a diretor da Rede Metodista e o reitor da Unimep a prestarem esclarecimentos acerca do que vem acontecendo na instituição.
Greve geral
Aulas, cursos e demais atividades acadêmicas seguem suspensas na Unimep, agora por tempo indeterminado. A universidade continua ainda ocupada em seus dois campi – Piracicaba e Santa Bárbara do Oeste – por alunos, professores e funcionários.
Atividades pedagógicas e de mobilização
Para esta quinta e sexta estão sendo programadas uma série de atividades pedagógicas e de mobilização na universidade. Na quinta pela manhã, por volta das 10 horas, a comunidade mobilizada prepara um evento de pintura coletiva de uma grande faixa a ser exposta em um dos estacionamentos da Unimep.
À tarde, por volta das 14h, no hall de entrada da reitoria, acontece a aula “Educação não é mercadoria”, a ser ministrada pela professora Andreza Barbosa.
Para sexta, outras atividades ainda estão sendo programadas.
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Nosso apoio
O Diário e seus articulistas seguem acompanhando de perto a greve e apoiando professores, funcionários e alunos em sua manifestação por melhores condições de trabalho e estudo.