Poesia-crônica na “Marvada”

Poesia-crônica na “Marvada”

Nos vez ou outra, nos de vez em quando, meu escrever toma outro rumo. É quando me desvisto das preocupações e cuidados – e no de tudo é diferente. Já na noite que é véspera, não é no igual, é nas levezas. A rádio que me sacode às 6 horas da manhã me encontra no diferente, o café coado às antigas, o pão feito em casa, tudo nos trinques, nas antecipações. Nas antecipações, que o de escrever é só de gostosuras.

Gostosuras de alinhamentos, no como esse dos planetas, que só acontece no de longe em longe. Também não é que seja no tudo igual esse alinhamento, que tem dia, hora marcada pra começar e lugar pra acontecer. No primeiro vou lhe contar nas correrias de um resumo, desses que a gente anota no visível, por receio de esquecer – depois me esparramo nos detalhes. E vou assim no sem tomar fôlego: “Dia 7 de fevereiro, a partir das 19h30, lançamento em Piracicaba do primeiro livro do Alexandre Bragion, no “Maria Marvada”. Sentiu o ufa?

Agora, já no anotado do dia, que é o 7 de fevereiro, da horinha, que é no a partir das 19h30 – é chegar no lugar, que é a loja e café, “Maria Marvada.” Se não sabe o endereço – não sabe o que está perdendo, e é hora de tirar o atraso, lá vai: Rua Prudente de Moraes, 1541. É uma casa nos conformes do aconchego, do bom gosto, com janelas pra calçada e na fachada escrito em cima “Maria Marvada”. Giuliano é sommelier de primeira e dono do lugar – abuse da sua sabença, é simpatia sincera, tire a prova.

Chegue no antes, entre. Há vinhos à sua esquerda, cachaças à direita, se for de seu gosto. Preços estão nas garrafas, constrangimento não há, se lhe interessar. O balcão com banquetas para o café ou cappuccino, um rabo de galo, um vinho, uma cerveja, refrigerante ou água. Chegue antes para conhecer e, se apetecer, provar. Se preferir mesas – há também, não se avexe. O evento de lançamento do livro “Casa burguesa sem chave” será no espaço aberto da loja e café. Espaço aberto que no meu preferir é o nome de antes: “quintal”. Se chover, subimos para o espaço fechado. Tudo alinhado.

Desse alinhamento que me é de gosto contar no demorado, no fundo da loja e café há uma porta que dá para uma escada que leva a um quintal – e que quintal! Licença para um lembrar que eram assim os quintais da minha infância, com primas e primos e árvores e frutas e canteiros de hortelã, de erva cidreira e cheiro verde. E nesse quintal da “Marvada”, onde as árvores nos guardam das luzes da cidade – o cronista, seu livro, a violonista, a sua voz.

No encurtamento do resumo não coube escrever que o Alexandre Bragion, o Alê Bragion, no além de escrever crônicas que vivo no leio e releio, é professor, músico, poeta, seresteiro enamorado da Tânia, cartunista selecionado no último Salão Internacional de Humor,  é do “Grupo Pamonhas”, das páginas de “O Calhau”, no texto e cartoon. E será o lançamento em nossa terra (que já houve um pré-lançamento na Flip no ano passado) de seu livro de poesia-crônica: “Casa burguesa sem chave”, Grupo Editorial Caravana. É o primeiro livro do Alexandre, o que coloca o encontro no muito mais especial.

E assim que será um encontro no aconchego do quintal de uma casa, que é café e loja e que é Marvada só no nome, para conhecer e ouvir o Alexandre contar sobre seu primeiro livro, que tem “Casa” no nome. E como tudo é nos cuidados, e gostosura nunca é demais, a participação especial da Fernanda Rosolem, na voz e violão. É ou não é um baita alinhamento? Então sirva-se de um café, um refrigerante, o que lhe apetecer e sinta-se em casa.

 


Sergio Oliveira Moraes, físico, docente aposentado da ESALQ/USP.

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