O futebol, como esporte moderno, foi criado na Inglaterra. Entretanto, alguns pesquisadores afirmam que se originou na China, com objetivos militares, 25 anos a.C. Contradições à parte, esse esporte tem grande importância no cenário mundial, além de movimentar milhões e milhões de dólares todos os anos.
Como disse Hobsbawn, “o esporte como um espetáculo foi transformado numa sucessão infindável de contendas, onde se digladiavam pessoas e times, simbolizando Estados-Nações”. No Brasil, no entanto, o futebol é paixão nacional – e desempenha o papel de unificar a sociedade e derrubar as barreiras sociais e econômicas entre os brasileiros.
Em 1930, com a ascensão de Vargas ao poder, o rumo político do país mudou e foi nesse período que o futebol se consolidou como esporte nacional, sendo exaltado e utilizado como estratégica estatal para manipulação das massas – remetendo à Política do “Pão e Circo,” praticada no Império Romano, quando os espetáculos públicos e a distribuição de alimentos eram utilizados para manter a população ocupada e desviar o foco dos problemas políticos e sociais.
A primeira realização da Copa do Mundo no Brasil, em 1950, marcou o reinício das competições após 12 anos, devido a Segunda Guerra Mundial. Porém, foi quase suspensa, dois meses antes, pois as obras do Maracanã não estavam prontas.
Nos dias atuais, quando houve a divulgação do Brasil como país-sede da Copa novamente, o entusiasmo foi geral. Por outro lado, e posteriormente, as dúvidas e os questionamentos apareceram: o Brasil estará preparado para tal evento e os nossos estádios? Teremos a infra-estrutura necessária? E os gastos públicos, serão fiscalizados Como previsto, nossos estádios não estão adequados às normas da FIFA, sendo que alguns devem passar por reformas e outros ainda serão construídos.
A construção do Itaquerão, o tão sonhado estádio do Corinthians, vem levantando polêmicas – uma vez que, no princípio, o governo declarou categoricamente que não investiria verbas públicas na construção. Mas teve de voltar atrás, declarando a isenção de 400 milhões em impostos e empréstimo do BNDS para as obras de construção.
Diante disso, vale dizer que para a Copa de 2014 o Brasil não terá que investir somente nos estádios, mas também na infra-estrutura das cidades-sedes. Com a competição, veicularemos a imagem do Brasil pelo mundo, mas os gastos serão altos (gastos estes que, talvez, seriam melhor investidos se aplicados nas áreas da educação, saúde, segurança e transportes públicos).
Fiquemos atentos aos fatos – e nossa fiscalização deve ser minuciosa. Pois, repetindo as palavras do genial Nelson Rodrigues, “no futebol, o pior cego é aquele que só vê a bola.”
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A autora:
Rafaela Domingues tem apenas 18 anos e está se preparando para o vestibular. Leitora assídua do Diário do Engenho, envia semanalmente seus textos para a nossa redação – mostrando que os jovens de nosso tempo têm, sim, muito a dizer e a criticar!
Gostei do assunto, do artigo e da mensagem. Gostaria que lesse meu artigo de hoje no JP – Profecias, nele há uma mensagem que reforça a sua. Bom domingo e continue escrevendo.Envie notícias sobre seus estudos.
Obrigada Faganello…