Não nos cabem análises técnicas das intervenções, onerosas com certeza, feitas na pedreira do Bongue, após a penúltima queda de pedras que manteve a Avenida Jaime Pereira fechada durante desgastantes meses. Mas temos o direito de deduzir, com os novos desprendimentos de rochas, que não houve competência alguma para se resolver o assunto. Se nem chovendo estava… Quedas em seco de grandes pedras, sem aviso. Quem vai acreditar agora em novos e custosos placebos? O ”conjunto da obra”, ou seja, asfaltamento de necessidade questionável aos olhos do cidadão, explosão de duto de gás e queimaduras num trabalhador, escavações, atropelamento, interdições e buracos, feias valas, maquinaria nos caminhos, cortes e destruição de árvores (será que as leucenas arrancadas ao pé da pedreira já não seguraram, antes, outros grandes calhaus?) resultou em coisa também visualmente horrorosa além do mais, a qual não acreditamos merecer!
A pedreira do Bongue, um patrimônio geológico de Piracicaba, é feita de rocha friável, sedimentar e não vai parar de partir e desmoronar. Esmagar uma família inteira ou uma só pessoa que seja é tragédia anunciada não se sabe para quando nem quem. Então passou da hora de ser resolvido o assunto. Infelizmente, no passado, a pedreira não foi contornada com segurança, e agora é necessária a construção de ponte ligando a Avenida Jaime Pereira à Cruzeiro do Sul, na Nova Piracicaba, até porque a população do Ondas, e de outros bairros anexos, aumentou muito nos últimos anos.
Desvios da Jaime Pereira passam pelo pobre e sacrificado Jupiá, bairro de ruas estreitas e quase sem calçadas. Os moradores de lá são torturados com barulho, caminhões, poeira, perigos sem fim. Inferno. Além do mais, a via dá saída para vários outros municípios. “Ahiinn! Mas tem a questão do meio ambiente, que impediu a ponte…” Ora, encho fácil, fácil, mais de dez laudas a começar pela destruição de parte da pedreira para loteamentos, demonstrando que Piracicaba, em todos os segmentos (todos!) está lamentavelmente pouco se lixando para a questão ambiental. Não liga nada mesmo – a não sermos nós ambientalistas, verdadeiros estoicos que somos.
Pelas razões apresentadas acima, esperamos comprometimento sério de algum candidato à Prefeitura Municipal em relação à mencionada obra. Um, dois, três, vamos lá, valendo!
Eloah Margoni.