O Feminismo e a sua voz

O Feminismo e a sua voz

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2014 está chegando ao fim e podemos falar que foi um ano de visibilidade dos movimentos igualitários, o que é ótimo para que o mundo se torne melhor e mais justo. Mas o fato de estarmos em pleno século XXI e ainda precisarmos conscientizar as pessoas que ninguém é melhor que o outro por sua cor, sexo, orientação sexual ou lugar onde vive é simplesmente degradante – é algo de dar pena.

Um dos movimentos que mais repercutiu nesse período foi o feminismo, que por definição é a luta por igualdade social, política e econômica dos sexos. A mulher é desrespeitada todos os dias, mesmo que muita gente ainda queira negar e falar que apenas é exagero. Quantas vezes você, mulher, não ouviu algum homem te cantando na rua, falando coisas que você não pediu pra ouvir? E se você reclamasse, ainda seria ofendida. Então, você ficava quieta, com medo de alguma represália.

Quantas vezes disse “não” para um homem e ele te xingou ou ainda insistiu, porque você “só estava se fazendo de difícil”? Vivemos em uma ditadura machista, homens que acham que são donos das mulheres como se elas não fossem pessoas e sim objetos. Querem ditar o que fazemos com o nosso corpo, o que vestimos, o que sentimos. E se alguma mulher ousar tentar se rebelar e tentar ser dona da sua própria vida, é ameaçada de estupro ou de morte.

O feminismo não é um movimento novo, foi criado no século 19, e foi responsável por grandes vitórias na história da mulher – como na Revolução Industrial, quando mulheres assumiram postos de trabalho ou a luta pela conquista do voto feminino. Só que a luta não parou, falta muito para a sonhada igualdade chegar.

semcamisaO movimento feminista começou a ser revisto e debatido pelas grandes massas aqui no Brasil no começo do ano, quando o IPEA publicou uma pesquisa dizendo que 65% dos entrevistados disseram que o comportamento feminino influenciava o estupro. O número caiu como uma bomba e uma grande indignação surgiu: culpar a vítima por um ato tão hediondo? Inaceitável.

Um mês depois, o instituto corrigiu o número para 26%, mas essa “condenação” da vítima existe, sim, e é recorrente. Usava roupa curta? Então obviamente estava pedindo. Estava bêbada? Ah, claro que queria. Drogada? Mais ainda, merecia ser estuprada. Nossa sociedade se preocupa mais em ditar regras para a mulher não ser estuprada do que ensinar aos homens a não estuprar.

Infelizmente, ainda existe muita gente que não sabe de que movimento se trata, e aí formam uma opinião negativa sobre ele. O Feminismo prega igualdade – mesmo com o “fem” no nome –, porque as mulheres são tratadas como inferiores. Então, para se atingir o objetivo, é necessário dar a elas o que os homens já possuem.
Não, feministas não são mal amadas. Muito pelo contrário. Nós amamos muito, a ponto de lutar pelo que deveria ser nosso por direito. Nós achamos nossa voz e não temos medo de usá-la – e você?

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Marcela Freitas Paes é aluna do segundo semestre do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP.

One thought on “O Feminismo e a sua voz

  1. O grande problema é que muita gente não sabe do que se trata, como você mesma falou, aí a palavra “feminista” passa a ser usada no sentido pejorativo. Concordo com o texto, gostei! 😀

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