O Diário do Engenho assina o manifesto Escola Sem Fascismo e convida você a fazer o mesmo!
Assine: https://www.change.org/p/congresso-nacional-manifesto-escola-sem-fascismo
Conheça o Manifesto.
“Crescem movimentos aberta ou veladamente fascistas, pautados pelo ódio racial e de classe, a xenofobia, a homofobia, a misoginia, o autoritarismo e a intolerância. No Brasil e no mundo, tais movimentos ganham cada vez mais espaços, confundindo corações e mentes, sem que ocorram reações à altura. A retórica fascista já encontra eco em algumas universidades brasileiras, que caminham no sentido de esvaziar o conteúdo crítico e humanista de seus cursos. Em nosso ensino fundamental e médio, a situação é ainda mais preocupante, como revelam os recentes retrocessos.
Frente a este contexto perturbador, manifestamos o mais veemente repúdio a estas concepções equivocadas e mal-intencionadas que efetivamente caracterizam ideias e práticas fascistas. Afirmamos que as universidades e as escolas não podem simplesmente reproduzir a rigidez do ambiente da fábrica, do banco, do quartel ou da prisão. A imposição disciplinar, a doutrinação, a hierarquia, a uniformidade, os preconceitos, visam produzir o silêncio, a imobilidade e a negação dos corpos, minando as potencialidades humanas. As escolas precisam ser espaços de liberdade e de convívio.
Na universidade, o impedimento da crítica e da reflexão gerará uma produção acadêmica domesticada, frágil do ponto de vista científico, verdadeiro obstáculo à inovação e ao avanço de todas as formas de conhecimento social ou tecnológico. Essa oposição à crítica revela uma visão política exacerbada que, sob o manto de uma falsa neutralidade, é autoritária e nega à comunidade científica a deliberação sobre os rumos da universidade, de sua pesquisa e de sua relação com a sociedade. Entendemos que os estudantes precisam de capacidade crítica e de autonomia para atuar como profissionais, artistas, cientistas, juristas, políticos ou qualquer outra coisa que queiram ser.
Em seus diversos níveis, é importante que as Instituições de Ensino garantam às crianças e aos jovens profundas e significativas experiências com os conhecimentos, as técnicas, a solidariedade e o acolhimento, compartilhadas com amigos, funcionários, professores, orientadores e comunidade. Estas experiências devem ser pilares do currículo, permitindo superar a exclusão e a opressão. Sem isto a escola será mera prisão, fonte de sofrimento físico e psíquico.
A escola deve ser um espaço privilegiado de diálogo e liberdade, fundada no cuidado e no compromisso carinhoso dos mais velhos com as novas gerações. Em lugar de punir, ela deve amparar, criando um ambiente propício à criatividade, à participação, à bondade e ao mais fraterno convívio. Cabe a ela disseminar a esperança de um futuro mais democrático, igualitário, solidário e humano.
Não é a informação, a diversidade ou os partidos que incomodam a escola, mas a falta de verbas e de investimentos, o despreparo dos dirigentes, os currículos obtusos, a mentalidade punitiva e competitiva, a falsidade moral, os preconceitos, a falta de generosidade dos mais velhos, a ignorância que não argumenta, mas calunia. Em suma, é o fascismo que atrapalha a escola e mutila a educação, as crianças, os jovens, enfim, todos nós.
Por universidades e escolas sem mentiras e sem farsa.
POR UMA ESCOLA SEM FASCISMO!!!”
Assinam este manifesto:
DIVERSITAS – NÚCLEO DE ESTUDOS DAS DIVERSIDADES, INTOLERÂNCIAS E CONFLITOS
OBSERVATÓRIO DA CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA E DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Antonio Almeida – Professor ESALQ – USP
Adalmir Leonídio – Professor ESALQ – USP
Adelino de Oliveira – Professor Instituto Federal
Ademir de Lucas – Funcionário ESALQ – USP
Alexandre Bragion – Professor Universitário e Editor do Diário do Engenho
Eucenir Rocha – Professora da Faculdade de Medicina – USP
Fábio Sahd – Doutor pela FFLCH – USP
Francione Carvalho – Professor Universidade Federal de Juiz de Fora
Ivan Fortunato – Professor Instituto Federal
Joelson Carvalho – Professor UFSCar
José Machado – Ex-Prefeito de Piracicaba e Ex-Deputado Federal
Maria Amélia Pagotto – Professor Instituto Federal
Marcos Sorrentino – Professor ESALQ – USP
Maurício Cardoso – Professor FFLCH – USP
Renato Queiroz – Professor FFLCH – USP
Rocco Caputo – Artista Plástico
Rosana Sorbille – Professora Instituto Federal
Sandra Nunes – Professora FATEC
Sérgio Bairon – Professor ECA – USP
Teresa Cunha – Pesquisadora do Centro de Estudos Sociais – Universidade de Coimbra
Teresa Mascarin – Doutoranda FFLCH – USP
Vera Cepeda – Professora UFSCar
Vera Fonseca – Psicanalista e Psiquiatra
Zilda Iokoi – Professora FFLCH – USP
É importante repensar na formação dos jovens pra um Brasil sério e comprometido com a democracia.