Estão convidadas todas as pessoas que nunca entraram na Câmara Municipal –ou que já entraram, mas nunca participaram de uma Audiência Pública. E também as que já participaram. Vale anotar data e horário na agenda eletrônica, com todos os lembretes ativados. Esquecer não vale. Vale também escrever nas folhinhas nas paredes, com canetas coloridas ou desenhar molduras nos lembretes. Não é proibido espalhá-los nos lugares mais inusitados,como árvores no jardim,no portão, no elevador, para quem busca novidades enquanto espera (antes entender-se com o síndico, síndica econvidados também). É de bom tom anotar no “status” das redes digitais, criar ou copiar frases de autores e autoras, a data e horário e um “Eu vou! ” Mas quem é de poesia ou prosa, uma palavra, um verso que “sobretudo o verso/É o que pode lançar mundos no mundo”, como disse Caetano em “Livros”, que mostre sua arte.
Vale fazer “selfies” em frente ao prédio, no saguão ou plenário da Câmara Municipal e postar nas redes digitais. Vale também levar um caderno e tomar notas, escrever observações, desenhar carinhas de alegria ou decepção. Não esquecer que não é permitida a entrada trajando bermuda, mas cai muito bem levar um livro, um jornal, uma revista, uma carta, um bilhete, um cartão, um gibi. E, quem sabe, em um ritual antigo e esperado, lê-los antes da Audiência, talvez trocá-los, como era comum nos cinemas, esperando a sessão começar. Com ou sem leitura à mão, é altamente recomendável convidar um amigo, amiga, levar um sorriso de esperança, a expectativa das boas notícias.
Com os trânsitos de Marte, Vênus e Mercúrio, além da Lua Nova em Gêmeos no mês de junho, haverá uma grande possibilidade de encontros com quem cuida das bibliotecas, com quem delas precisa, quem escreve livros, artigos, diários, poesias, datas de aniversário, receitas de bolos de cozinhas da infância, “cartas que nunca manda” (como disse o poeta cujo nome não recordo), o que for. Reconhecimentos, sorrisos de solidariedade, palavras trocadas, aquecem e não têm contra indicações, principalmente com as baixas temperaturas. Fica, no entanto, terminantemente proibido esquecer os distantes dos livros, leituras e bibliotecas. Distantes por estarem fisicamente distantes das bibliotecas, distantes por estarem próximos e as ignorar. Distantes por não terem aprendido a ler, distantes por não poderem mais ler. Não se pode negar-lhes o calor da palavra escrita, na forma que mais aquecer.
Há que ter muita piedade das pessoas que a vida afastou dos livros. Mas há que ter mais piedade ainda dos que os renegam, os queimam, dos que colocam as bibliotecas e, de quem delas cuidam, entre as “despesas não essenciais”–esquecendo-se que, assim como o artista, todo livro tem de ir aonde o povo está (uma pretenciosa mistura de “Nos Bailes da Vida” e “O Desespero da Piedade”). Esquecem que o esforço da escrita, vem desde o princípio dos tempos quando nossos ancestrais se dedicaram a “escrever” nas paredes das cavernas, para e enquanto tentavam manter -se vivos. Conseguiram.
Esta pequena lista não se esgota. São sugestões para um possível e esperado encontro presencial, ou virtual, na companhia de amigos, um bolo de fubá com café quente (https://www.camarapiracicaba.sp.gov.br/Tv). Até o próximo dia 28 (quarta-feira), a partir das 14h e 30,na Audiência Pública para discutir a elaboração do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (PMLLLB), na Câmara Municipal.
Até!
#Por uma Piracicaba leitora!
Sergio Oliveira Moraes é físico e professor aposentado ESALQ/USP
Muito bom.
O mais importante é comparecer.