A cada dia que passa, fica mais clara a participação de parte do empresariado brasileiro no golpe de 16 – que tirou do poder uma presidente eleita pela povo e entregou o país nas mãos de um grupo preocupado apenas em salvar a própria pele (a qualquer custo) e favorecer os grandes setores de produção do país.
Que o mercado mercado manda no Brasil não é novidade para ninguém. Nossas crises políticas são – com raras exceções – mediadas e muitas vezes paradoxalmente impulsionadas pelo mercado.
Não à toa, a bolsa de valores balança quando se fala – por exemplo – na revogação da prisão do presidente Lula. Não à toa, o dólar sobe quando a possibilidade de Lula ou de outro político de esquerda se eleger começa a parecer mais concreta.
É também em troca de poder e de lucro acima de tudo que o empresariado brasileiro – e aí não estamos falando daquele que, por ter uma banquinha na rua do centro, se julga “empresário” – é o grande corruptor dos políticos brasileiros dos mais variados partidos.
Que sujas são as mãos de parte – boa parte! – do empresariado do país também não é novidade para ninguém. Compra de candidatos, acordos escusos na calada da noite, compra do silêncio desse ou daquele político, negociatas, acordões, conluios, podridões. Tudo passa pelas mãos do grande empresariado brasileiro que, há décadas – desde a ditadura militar – compra e corrompe a política nacional.
Quer uma prova? Então, pare e pense: você – leitor amigo, trabalhador, honesto (micro empresário ou não) – já pagou propina a algum político? Você conhece alguém que, não sendo do “mundo dos negócios” já tenha pagado propina para esse ou aquele governo? Certamente, não. A propina vem das grandes empresas, do alto empresariado do país, dos controladores do mercado e do mundo dos “negócios”. Porque o povo mesmo, esse, não paga propina!
Agora, mais do que exibir suas mãos sujas jornais afora, o empresariado brasileiro tirou de uma vez a sua máscara cinzenta e exibiu publicamente sua imoralidade cruel e desumana. Em evento dedicado a um seleto grupo de empresários brasileiros, um determinado candidato que apregoa a volta do fascismo no Brasil foi aplaudido de pé. Por outro lado, outro candidato – ao defender a rediscussão da reforma trabalhista e das condições do trabalhador brasileiro – foi vaiado homericamente.
Dá para acreditar? Sim. Dá!
De maneira geral, parece que as mãos sujas do empresariado calhorda que mina a política nacional e o país agora não se incomodam em tingirem-se também de sangue. O lucro à qualquer custo – mesmo que sobe o cadáver da vida humana – justifica, na cabeça desse grupo de grandes empresários, toda ação em prol da eleição promíscua de quem defende a opressão, o fim dos direitos humanos, da justiça e da equidade.
Em nota e em matéria publicada nesta quinta (06/07), o jornal online Carta Maior afirmou que os empresários brasileiros ligaram o botão “foda-se” ao apoiarem um candidato da extrema direita.
Estamos com a Carta Maior. No horizonte de um país negociado e comprado com malas de dinheiro à luz do sol, apoiar um candidato com propostas absurdas e fascistas é deixar o botão “foda-se” ligado.
Confira matéria da Carta Maior:
https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/O-empresariado-ligou-o-foda-se/4/40855