Representantes da “Educação Metodista” convidaram à imprensa local piracicabana para participarem de coletiva realizada na tarde de ontem – quarta-feira (31/08) – nas dependências da Sala Vermelha do Teatro Unimep, campus Taquaral.
Motivados pela repercussão midiática provocada pela divulgação da proposta de se vender o prédio da “Escola de Música Maestro Ernst Mahle” – que prefigura no espólio que dá lastro à recuperação judicial da “Educação Metodista” (que envolve hoje 16 instituições espalhadas pelo país) – os representantes dos metodistas justificaram os motivos que levaram a tal decisão e afirmaram haver – nas redes sociais e mesmo na imprensa – informações incorretas circulando e desinformando a população.
Nesse sentido, a profª Renata Helena da Silva Bueno, coordenadora Nacional Jurídica para a Educação Metodista e diretora de Relações Institucionais da Unimep, esclareceu que o prédio da EMPEM é propriedade particular e foi adquirido pela instituição junto ao casal Ernst e Cidinha Mahle – não sendo recebido como doação, como muito tem sido divulgado. A professora também destacou que o IEP – Instituto Educacional Piracicabano – fez reformas e vários aportes financeiros na EMPEM ao longo dos anos. A professora e advogada também afirmou que a “instituição” EMPEM não será fechada – uma vez que há um projeto “moderno” para que ela funcione em outro prédio.
Ao ser questionado se diante da comoção popular nacional e internacional em relação à venda do prédio da EMPEM a “Educação Metodista” poderia cogitar não mais propor a venda desse prédio, o professor Prof. Ismael Forte Valentin, reitor interino da Unimep, afirmou não acreditar que isso possa ocorrer – uma vez que o processo de recuperação judicial pleiteado pela instituição está atrelado à venda de parte de seus imóveis, dentre os quais está o prédio da EMPEM.
Questionado também sobre o destino que, com a possível venda do prédio da EMPEM, será dado ao acervo de instrumentos, partituras e outros móveis que hoje estão na Escola, o reitor informou que a proposta é futuramente destiná-los a “instituições congêneres”.
Abaixo, reproduzimos na íntegra material explicativo distribuído durante a coletiva.
Recuperação Judicial do Grupo Metodista de Educação
O Grupo Metodista de Educação buscou há um ano e meio auxílio da Justiça, por meio de um Plano de Recuperação Judicial, com o objetivo de efetuar o pagamento de credores das instituições metodistas.
Esse Plano foi construído com responsabilidade e entendido pela Justiça como uma proposta que contém termos que podem ser cumpridos. Ele busca contemplar valores a receber o mais próximo possível da integralidade, para o maior número possível de credores, mas permitindo, na medida do possível, a continuidade do funcionamento das Instituições.
Etapa importante para a concretização da Recuperação Judicial é a Assembleia Geral de Credores. Em agosto, a Assembleia ocorreu em duas datas distintas: nos dias 10 e 24.
Na Assembleia Geral de Credores realizada no último dia 24 de agosto, foram apresentadas as premissas e condições do Plano de Recuperação Judicial, com novos avanços alinhados com os credores. Na sequência dessa apresentação, foi proposta a suspensão da Assembleia para a continuação do diálogo e novas melhorias possíveis ao Plano. Essa suspensão foi aceita por deliberação da maioria dos presentes. A retomada da Assembleia está marcada para o próximo dia 7 de outubro de 2022.
Para cumprir o plano de pagamentos dos credores, bem como das dívidas tributárias, o Grupo de Educação Metodista listou vários imóveis das Instituições de Ensino, bem como da Mantenedora (Igreja Metodista). A lista completa de imóveis disponibilizados pode ser consultada nos autos do processo de Recuperação Judicial, disponível nesse link: https://www.administradorjudicial.adv.br/agc
Em virtude do cenário atual, a otimização dos espaços é medida organizacional inadiável. O processo de disponibilização e readequação de espaços é urgente nesse momento. É certo que o sucesso da Recuperação Judicial e pagamento dos credores também depende da reestruturação das unidades, buscando a necessária sustentabilidade financeira para garantir a perpetuação das nossas atividades.
Nesse sentido, há planos de modernização dos espaços e maior sinergia entre os mesmos. Nossa história fala por si, somos núcleo de referência em educação, formando gerações de profissionais capacitados. É o momento de estarmos antenados com a nova ordem mundial, em ambientes tecnológicos e revitalizados. Acima de tudo, em sintonia com novas oportunidades, agregando valores e criando novas perspectivas que honrem a nossa tradição.
Prof. Ismael Forte Valentin, reitor interino da Unimep
Profª Renata Helena da Silva Bueno, coordenadora Nacional Jurídica para a Educação Metodista e diretora de Relações Institucionais da Unimep
Michael Francisco Adorno, coordenador administrativo da Unimep/IEP