Desconecte-se! – por Fernanda Rosolem

Incansavelmente, ouvimos as pessoas lamentarem-se que não têm tempo para mais nada. Nós também fazemos isso! Realmente, se pensarmos nas coisas que fazíamos algum tempo atrás, principalmente antes do “boom” da tecnologia e da internet, relembraremos que nosso tempo tinha um rendimento muito maior e era muito mais bem aproveitado.

Antes da “conexão” com o videogame, nos conectávamos com a bicicleta, com o pega-pega, com o esconde-esconde, com os jogos de tabuleiro, com a “meninice”. Antes da “conexão” com a internet via computador, assistíamos aos filmes da Xuxa, dos Trapalhões; ligávamos o rádio e ficávamos na torcida para que nossa música preferida tocasse.

Antes da “conexão” com o celular, brincávamos de telefone-sem-fio; íamos à casa dos amigos e tocávamos campainha. E podemos ir mais além. Não é preciso mais o computador para ter acesso à internet, basta um celular e saímos navegando pelas redes sociais.

Acessamos o Facebook, mas inúmeras vezes nem sequer olhamos para a face da pessoa que trabalha ou estuda ao nosso lado. Batemos papo no MSN, mas não dialogamos com nossos pais, filhos e amigos. Assistimos aos vídeos no Youtube, mas deixamos o filme da nossa vida passar em branco ou desbotado. Mal acordamos e já vamos conferir os e-mails, o que nunca é uma tarefa rápida; um tempo que poderia ser aproveitado para uma caminhada matinal ou para um café da manhã caprichado.

Não estou escrevendo uma apologia à desconexão ou pensando em um abaixo-assinado contra as tecnologias. Assim como muitos, eu também utilizo a internet, seja via computador ou via celular. Também faço parte das redes sociais e, sem as tecnologias e a internet, não seria possível esse contato que estamos tendo agora, querido leitor. Sem elas, ficaria difícil nos mantermos tão informados. Mas também faço parte da turma que não tem tempo para mais nada.

Minha proposta é uma reflexão que nos permita chegar a um equilíbrio. Não sejamos radicais! Que saibamos aproveitar nosso precioso tempo com as coisas que realmente nos fazem feliz. Tudo é rápido, passageiro, transitório. Mas não descartável nem artificial!

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A autora:

Jornalista, pedagoga, cantora e instrumentista: Fernanda Rosolem é apaixonada pelas palavras, pela música e pela vida. Colaboradora do Diário do Engenho, a autora escreve sempre sobre temas relativos à educação e à contemporaneidade.