Coro de Helvetia se apresenta na Igreja dos Frades nesta sexta

Coro de Helvetia se apresenta na Igreja dos Frades nesta sexta

O Jodlerklub Helvetia se apresenta nesta sexta (19),  na Igreja do Sagrado Coração de Jesus (Frades) às 20h.

Coro folclórico dedicado ao canto Jodel – forma musical desenvolvida nas zonas rurais da Suíça – o Jodlekub se apresenta nesta sexta (19), na Igreja dos Frades, a partir das 20h, com entrada franca. O coro e formado por moradores da colônia de Helvetia e retoma, dessa forma, a tradição cultural da Suíça – país montanhoso no qual não raramente os camponeses habitam regiões acidentadas e isoladas, de forma que desenvolveram ao longo dos séculos uma vertente de comunicação baseada no canto, realizado em tessituras vocais mais agudas. Assim, aquele que pratica o Jodel é chamado de “Jodler”.

O canto Jodel é parte das manifestações folclóricas suíças e é praticado em arranjos corais para vozes mistas ou iguais. Os textos, cantados em dialetos derivados da língua alemã, em geral falam da natureza, do trabalho no campo e da vida comunitária. O Jodlerklub Helvetia foi fundado em 2001 pelo suíço Arnold Heuberger e pertence à Colônia Helvetia, em Indaiatuba.

Por sua vez, a Colônia Helvetia foi fundada em 1888 por quatro famílias suíças imigrantes, que vieram para trabalhar nas lavouras de café em substituição à mão de obra escrava. Eram originárias do cantão de Obwalden, na Suíça Central, e vieram inicialmente para a região de Jundiaí, na Fazenda Sítio Grande. Lá, ao perceberem que eram mal remunerados e maltratados, decidiram juntar suas pequenas economias e adquirir terras de uma fazenda no município de Indaiatuba, falida devida à abolição da escravatura. Mudaram-se então para a nova localidade e começaram a produzir frutas, cereais, legumes, ovos e leite, que vendiam aos comércios locais. Com isso, outras famílias suíças do mesmo cantão eram estimuladas a imigrar. “Helvetia” é o nome latino da Suíça.

Com o tempo, já não havia mais em Helvetia terras disponíveis para todos aqueles que imigravam com suas famílias. No entanto, o governo de São Paulo tinha, na época, políticas para promover a ocupação de territórios no interior do estado. Assim, foram oferecidas terras em Piracicaba e Pirajuí aos imigrantes. Foi assim que, em Piracicaba, formou-se o bairro rural Nova Suíça, localizado na região sul do município. Os imigrantes e seus descendentes que formaram a Nova Suíça foram, com o tempo, deixando a agricultura e exercendo ocupações urbanas na cidade de Piracicaba.

A trajetória dos imigrantes de Obwalden foi desde o início acompanhada por duas ordens religiosas, a Ordem de São Bento (OSB) e os Capuchinhos (OFCap), que lhes deram grande apoio em diferentes sentidos no novo país. Foram muitos os descendentes dos imigrantes que seguiram a vida religiosa nessas duas ordens. A comunidade piracicabana tem em sua memória dois deles: frei Roberto von Zuben e frei Francisco Sigrist, este último responsável pela urbanização da então favela do Jardim Glória. Por estes motivos, a realização da apresentação do Jodlerklub Helvetia na Igreja dos Frades é carregada de simbolismo.

A regência é de Arnold Heubeger e o coro é acompanhado por Júlio Amstalden.

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