A pergunta que não quer calar neste momento é essa: como se sente a classe média – agora muda – após a implosão da democracia detonada por Temer e seus aliados? Como se sentem aqueles que, empenhados em derrubar um governo eleito pelo povo, saíram às ruas com suas panelas, vestindo camisetas da corrupta CBF? Mais ainda, por que a mudez das ruas neste momento de vergonha nacional?
A resposta para isso está no fato de que a defesa da democracia tornou-se, para esses alijados intelectuais, artigo da esquerda. A ignorância dos que – manipulados pela mídia, pelo PSDB, PMDB e pela direita em geral – foram incitados a apoiar nas ruas a derrocada de Dilma, não permite que qualquer tipo de reflexão ou mea culpa sobre a bobagem que fizeram seja por eles insetada.
Para os paladinos da justiça contra a esquerda e o PT, para adoradores de Moro e seus promotores de plantão, qualquer desgraça é válida desde que se mantenha o PT e a esquerda longe do poder.
Por isso, entregar o país nas mãos dos vendilhões do templo, de compradores de votos e/ou nas de pilantras que se deixam comprar e barganham vantagens à luz do dia e diante dos holofotes da imprensa nacional e internacional valeu a pena para a classe média e para a elite – horrorizada com o “populismo” de Lula e do PT. Daí o seu silêncio.
Ora vejam vocês!
Dar-se conta da burrada feita não é vergonha, senhores! Reconhecer que vivemos uma crise moral ainda maior que a de outrora não é nenhum demérito. É sabedoria.
Assistir ao circo político estabelecido por Temer e pelo PMDB para se manter no poder e nada dizer contra isso é assinar o atestado de idiotice total, de preconceito para com os partidos de esquerda e de ódio contra o PT. Ignorância, senhores e senhoras. Ignorância total.
O golpe da direita continua em ação. Os ratos tomaram conta do navio.
E ainda tem gente que acha que a Venezuela é que vive uma ditadura.