O bombardeio americano a bases sírias ocorrido na noite dessa quinta-feira (madrugada de quinta para sexta na Síria) acende um terrível sinal de alerta no cenário mundial. A ação americana acontece como retaliação aos ataques com armas químicas realizados pelo governo sírio contra rebeldes que querem derrubar o regime ditatorial no país. As imagens – cruéis – do ataque químico do governo de Assad contra os rebeldes e a população civil – incluindo mulheres e crianças – repercutiram pelo mundo e tornaram-se o estopim que o presidente americano Donald Trump precisava para cumprir uma de suas principais promessas de campanha: interferir em definitivo na guerra civil Síria.
Tendo lançado mais de 50 mísseis diretamente de porta-aviões americanos localizados próximos à Síria – uma vez que os EUA não podem cruzar os céus da região com seus aviões sem violar o espaço aéreo russo e mesmo sírio -, a estratégia americana preserva, ao menos até o momento, as relações com o governo de Vladmir Putin (aliado de Assad e dos iranianos). Fato inédito na história recente, o ataque americano teria sido – segundo revelou a imprensa americana e mesmo russa via twitter – avisado previamente ao governo Putin.
Enquanto as imagens do danos causados pelo bombardeio americano ainda não vêm à tona, fica no ar a expectativa em relação às reações que esse ataque pode gerar – no que diz respeito, obviamente, à resposta do governo Sírio, mas também em relação à Rússia e ainda ao Irã.
Enquanto correspondentes internacionais afirmam que o ataque americano já era esperado e, mesmo, necessário – tendo em vista a crise no país sírio há tantos anos – é fato também que as opiniões contrárias a essa primeira grande ação de Donald Trump igualmente ressoam forte nas redes sociais e na imprensa mundial.
Certamente, as próximas horas serão cruciais para um maior entendimento sobre as consequências desse ataque e como ficarão as relações entre esses países – sem esquecer que, de quebra, o enfraquecimento do governo de Assad pode também favorecer a invasão de grupos radicais islâmicos na própria Síria e em países vizinhos, como Líbano e Israel.
Aguardemos.
Triste previsão
Em tempo.
Aqui da terrinha piracicabana, por sua vez, fica o registro curioso deste editor que – há uma semana – em uma conversa mais do que informal com um amigo “árabe”, fonte e leitor deste Diário, já havia sido alertado (antes mesmo do ataque químico de Assad acontecer) que uma crise de maiores proporções estava para acontecer na Síria, e envolvendo as chamadas superpotências mundiais.
Na ocasião, achamos que se tratava de um exagero. Mas, para nossa triste surpresa, a previsão se realizou no tempo creditado.
2017 parece mesmo estar querendo bater 2016.
Fiquemos atentos.