Pesquisa Datafolha refere-se à avaliação da gestão Bolsonaro durante Pandemia.
A canoa furada de Bolsonaro e do bolsonarismo começa a dar sinais claros de que deve ir a pique antes mesmo das eleições do ano que vem. Navegando sem rota por mares revoltos, sem tribulação preparada ou capitão de verdade que a valha, a embarcação pirata que tomou o país de assalto segue emborcando em águas nacionais.
Ante o descalabro do morticínio que a nação presencia há mais de um ano e que vem quebrando recordes diários dia após dia – beirando no dia de ontem, 16/03, a triste marca de quase mais de 2800 mortos em 24 horas –, ante a inépcia de Bolsonaro e seus ministros para combater a pandemia, ante seu discurso chulo e negacionista – que ri das vítimas da Covid-19 e chama a todos de maricas –, ante a economia que submerge a olhos vistos, ante a alta dos preços em todos os setores, ante o desemprego recorde e ainda crescente, o país vai percebendo (tardiamente, é verdade) que as urnas de 2018 fizeram a opção pela necropolítica e pela danação nacional da atração pelo diabo.
Não à toa, a mais recente pesquisa Datafolha, publicada entre ontem e hoje, 16 e 17/03, aponta novo recorde de rejeição a Bolsonaro em relação à gestão da pandemia: 54%. A depender dos próximos dias e de sua capacidade ou não de conter a crise pandêmica, de trazer vacinas para o país, de tentar demonstrar uma mínima disposição para lutar contra a pandemia (esforços que, sejamos sinceros, não devem acontecer), a situação do país poderá atingir o caos mais terrível tristemente jamais presenciado ao longo de nossa história. E, com ele, submergirá ainda mais a barcaça da extrema direita – dando tiros a todos os lados, como é de seu costume, é verdade.
A depender dos cálculos políticos previstos por analistas e especialistas de plantão, o casco bolsonarista – formado recentemente pelo centrão – não deve manter-se ileso por muito tempo. Partidos como o PL, PSD, Solidariedade, Avante e PROS tendem, em muito breve (talvez no máximo até o começo do ano que vem), a saltar do barco em busca de uma boia de salvação – o que deve fazer a água entrar ainda com mais velocidade nessa nau da morte.
Para o bem da nação e para tentar preservar vidas, o barquinho de Bolsonaro precisaria afundar logo. Só assim teríamos condições de tentar remar o país para algum porto mais próximo e seguro. Afinal, enquanto as indecisões políticas e incompetência dos piratas do Planalto mantiverem-se ainda navegando, mesmo que em vias de afundar completamente, quem segue sendo lançado ao mar é o povo brasileiro.
Triste país cujas únicas opções são esperar por um possível resgate pós-naufrágio ou ser comido antecipadamente pelos tubarões.
Editores – Diário do Engenho