Arte em meio ao caos: exposições em SP valem a visita

Arte em meio ao caos: exposições em SP valem a visita

Em fevereiro deste ano, a Semana de Arte Moderna completou 100 anos. Como parte das comemorações dessa data que marcou a história da cultura brasileira, o CCF (Centro Cultural Fiesp), recebe a exposição Era Uma vez o Moderno, organizada em parceria com o IEB/USP (Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo), que tem o maior acervo sobre o modernismo no Brasil.

A Semana de 22, como popularmente também era conhecida, aconteceu entre os dias 13 e 18 de fevereiro no Theatro Municipal de São Paulo, e na mostra na Fiesp, os visitantes podem ver cerca de 300 obras que estiveram presentes em 1922 e que marcaram o início do Movimento Modernista no Brasil, liderado por nomes como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Gilberto Freire, Manuel Bandeira,Victor Brecheret, entre outros nomes da arte brasileira.

Um dos principais objetivos da Semana de Arte Moderna era fazer uma renovação social e artística no Brasil, trazendo uma nova visão de arte para o país, com a valorização da cultura e da identidade brasileira. Na divisão dos espaços, além das pinturas, o visitante ainda tem a oportunidade de ver as cartas que Tarsila do Amaral escrevia de Paris para Anita e Mário de Andrade, as reflexões de Mário de Andrade, as suas anotações para escrever Macunaíma e as edições do livro.

Espalhados pelos ambientes também estão totens digitais com personagens virtuais representando Mário de Andrade na leitura de um trecho de Pauliceia Desvairada e Tarsila do Amaral lendo uma carta escrita em 1920. A exposição tem entrada gratuita e pode ser vista até o dia 29 de maio (Avenida Paulista, 1313).

VAN GOGH

Cerca de 10 quilômetros de distância do Centro Cultural Fiesp, outra exposição que vale a pena ser visitada em São Paulo é a Beyond Van Gogh, uma experiência imersiva em 300 obras do pintor holandês, que está disponível no Morumbi Shopping.

Numa estrutura montada no pavilhão de 2.000 m² dentro do shopping, com 40 projetores a laser, a mostra é uma viagem pela vida de Van Gogh. Diferente das exposições tradicionais, com quadros emoldurados nas paredes, essa mostra, que tem cerca de 300obras, permite que o visitante “entre” em cada pintura por meios das projeções em 3D que vão do chão até o teto.

Apesar de hoje ser um dos principais pintores do mundo, Vincent Van Gogh ficou famoso apenas depois de sua morte. Antes disso, ele enfrentou diversas dificuldades financeiras que o impedia de contratar modelos para posarem para as suas pinturas, além das diversas crises depressivas e surtos psicóticos que o levaram a cortar uma parte da orelha direita.

Durante uma dessas crises, Van Gogh foi internado em Auvers, na França, e durante esse período pintou cerca de 200 desenhos e 40 quadros, incluindo o “Campo de Trigo com Corvos” e “A Igreja em Auvers,’ disponíveis na exposição junto com “A Noite Estrelada,” “O Autorretrato,” “Amendoeiras,” “Girassóis,” “Barcos de Pesca no Mar,” entre muitas outras obras que podem ser vistas até o dia 3 de julho.

As visitas a essas exposições foram feitas com o grupo Apreciando Arte, coordenado pelo Professor Fábio San Juan, e contou com participantes de Piracicaba, Santa Bárbara d’Oeste e Campinas.

 

 

 

 

 

Carol Castilho é jornalista.

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