O jornalista tem um papel crucial na sociedade e isso não é novidade para ninguém. É ele quem medeia a relação notícias-leitores. Portanto, ter um bom texto é essencial para que essa relação dê certo.
As palavras são como instrumentos de trabalho dessa profissão. Então, assim como um policial pensa antes de sacar uma arma e um engenheiro planeja meticulosamente antes de realizar um projeto, jornalistas devem usar as palavras cuidadosamente e depois de muito planejamento.
Um bom texto é benéfico e necessário para as duas partes: no ponto de vista do jornalista, mostra o talento e a capacidade do profissional, além de resultar em uma boa credibilidade para ele. No ponto de vista do leitor, o bom texto consegue cumprir sua função: informar algo, e isso só é possível se quem produz o texto sabe exatamente o que está fazendo.
Outra consequência que um bom texto traz é que, com ele, o leitor pode tirar suas conclusões e criar (ou até mesmo mudar) sua opinião sobre o fato. Isso envolve mais que pontuação, ortografia e concordância. Envolve também a imparcialidade, a principal lei do jornalismo. Um bom texto é um texto imparcial (no caso de notícias, obviamente), além de estar de acordo com as regras gramaticais.
Um motivo importantíssimo e muitas vezes negligenciado para um texto de qualidade é o impacto que esse causa. Na língua falada encontramos diversos “erros,” sejam eles de concordância ou até mesmo gramaticais, mas na hora de colocar as ideias no papel é importante (além de lógico) usar a língua “corretamente” para que siga o padrão já existente e que sirva de exemplo.
O excesso de erros pode resultar em um efeito dominó: jornalistas com textos com erros propagam estes para a população em geral, que muitas vezes tem um menor conhecimento do vocabulário do que os jornalistas – criando um ciclo vicioso.
Para evitar um texto ruim gramaticalmente, jornalistas devem ler sempre. Ler textos de colegas de profissão quanto livros, revistas etc – especialmente para expandir o vocabulário. A escrita é uma arte que sempre se reinventa. Então, quem a pratica também deve estar em constante evolução. Há sempre formas de melhorar e perguntas a serem respondidas por nós, jornalistas, e como cita a escritora Clarice Lispector: “enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a escrever”.
Marcela Freitas Paes é aluna do segundo semestre de jornalismo na Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP.