Cada vez mais forte, o feminismo vem conquistando um espaço maior com seus ideais e concepções disseminados em grande escala, fato que vem – de maneira geral – encorajando o debate e o interesse sobre o assunto. Mulheres em todo o mundo estão unindo-se em prol do empoderamento feminino e da busca dos direitos equânimes entre os sexos.
O estereótipo de Amélia, citada na canção entoada pelo grupo Demônios da Garoa – assim como por outros cantores -, vem sendo reconstruído. A música diz “Amélia não tinha a menor vaidade, Amélia que era mulher de verdade”. Atualmente, uma imensa quantidade de “não-Amélias” batalham para serem reconhecidas como “mulheres de verdade”, ou seja, aquelas que desempenham funções semelhantes ou iguais aos homens e que merecem o mesmo reconhecimento. Sem perder, é claro, a vaidade de mulher.
A ação feminista surgiu ainda no século XIX, inspirada nos ideais da Revolução Francesa. Entretanto, foi na primeira Guerra Mundial que as mulheres passaram a buscar seus direitos. Ao começarem a ocupar postos destinados aos homens, elas notaram sua desvalorização, explícita, principalmente na diferença salarial entre os sexos. O século já é passado, mas o motivo da luta, infelizmente, ainda é atual.
Durante esse período surgiu ainda o “feminismo radical”, caracterizado pelo pensamento de acabar com o machismo a partir de uma revolução geral. Tal grupo, ainda presente na sociedade, levanta discórdia com demais simpatizantes do movimento feminista e causa espanto a muitos que acompanham as ações do movimento. Tais atitudes levantam muitas vezes suspeita em relação ao “femismo,” que prega a mulher como superior ao homem e, assim como o machismo (que prega exatamente o contrário), deve ser exterminado.
A questão é: mulheres em todo o mundo devem desenvolver ações conscientizadoras que escandalizem a população?
Uma coisa é fato, o machismo permanece intacto na sociedade. Se não for colocado à prova, ele permanecerá firme, pregando injustiça e descriminação até o instante em que será possível descaracterizá-lo como cultura social dominante. Sendo assim, a manifestação será sempre válida. Qualquer ação que busque justiça, promova conscientização e vá contra a discriminação deve permanecer e fortificar-se ao longo do tempo.
A luta pelo reconhecimento do valor da mulher deve continuar, os bilhões de “não-Amélias” devem prosseguir em sua luta. Até mesmo porque a Amélia sempre será mulher de verdade. E as tantas outras também.
Jéssica Talita Jurgensen Vaz é aluna do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de Piracicaba.