O dia findava e o retorno para casa parecia mais demorado que o normal. Nada naquele dia estava como costumava ser. O céu, alaranjado pelo crepúsculo, despedia-se do sol e acolhia a noite com suas luzes ofuscantes, muito mais intensas nesta época do ano. O cheiro da carne assada, o som do brindar das taças de champagne, os guizos, as promessas, os risos… E se durante o ano todo fosse assim? O pessimismo fez com que ela pensasse que se enjoaria.
Foi entre um pensamento e outro que ele se manifestou:
– Devolva-me três!
– Devolver o quê? Para quem?
– Devolva-me três promessas, sonhos ou objetivos que você se dispôs a realizar durante esse ano, mas não conseguiu.
– Ah, deixe-me pensar!
A demora era tanto pelas coisas que não se realizaram quanto pelas que nunca foram prometidas.
– Se me devolver três, eu lhe entregarei um novo, na certeza de que se realizará.
Os pensamentos preenchiam a cabeça, o coração, a alma. Era um filme que repetia por completo, com direito a traillers e pipoca.
– Vou lhe devolver mais do que três e, em troca, você me concede realizar um desses que lhe devolvi – ela arriscou.
Apesar de compassivo, não era dessa forma que a troca haveria de acontecer.
– Não é assim que as coisas funcionam! Você ficará com esses que pensou em devolver e tentará realizar ao menos um. Um bom ano para você e até a próxima!
O jantar estava pronto para ser servido.
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Fernanda Rosolem é jornalista, pedagoga, violonista e cantora! Quer mais?
Adeus ano velho e que venha dois mil e doze recheado de surpresas e alegrias. Adorei suas palavras, Fernanda. Grande beijo!
Obrigada, Natália! Como sempre, você muito participativa e carinhosa. E que venha 2012!
Eu me vi nesse diálogo! rs… Fiquei com todos os desejos em 2011 e espero que em 2012 eu realize um. Será?