A docência e sua dimensão ético-política

Vivemos em uma sociedade pós-moderna, em que valores, princípios, moral e ética, não são tão significativos quanto o status social. Tal formação vem de casa e da escola que o aluno frequenta – e que deveria atender, afora os interesses pessoais, a vida voltada ao mundo. Vida ética em sociedade. Cabe ao professor a missão política da tolerância: formar o aluno para a democracia, a compreensão ecológica – como responsabilidade social e sustentabilidade -, bem como preparar a aula, estar presente para que consiga formar alunos éticos, democráticos que consigam cumprir as leis e pensá-las também.

É notável que a formação do aluno vem sendo atrelada unicamente à perspectiva do mercado, preparando-se o aluno somente para conquistar um espaço em uma renomada universidade – já que o mercado, principalmente o tecnológico, reduz as instituições de ensino a meras empresas e os alunos a clientes consumidores. Assim, os limites das condições de trabalho do docente junto a rotinas burocráticas e o perfil do próprio aluno, desmotivado diante de um ambiente que não o estimula e nem ao menos desperta sua curiosidade, tende a formar cidadãos consumistas, sem valores éticos e morais. Nesse sentido, cabe ao professor transmitir conteúdos e qualificá-los, orientando o aluno para que tenha uma postura íntegra, tanto na dimensão ética quanto na política, diante da realidade apresentada e vivida. Para que tal formação aconteça é essencial o papel de interlocução, no sentido de troca de experiência e de conhecimento, na interação de valores e princípios comuns.

Portanto, urge a preservação do diálogo e dos encontros, promovendo a perspectiva a que os outros espaços formadores venham a se configurar como extensão da escola – possibilitando amplas e diversas experiências para os alunos.

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Elaine Fontes é aluna do 4º semestre de pedagogia da Faculdade Dom Bosco de Piracicaba.