Nem expressivas nem inexpressivas. As manifestações em defesa do desgoverno atual – ocorridas no último domingo (26/05) – seguiram a tônica da nulidade que tanto caracteriza o atual Planalto. Para os opositores e críticos ao presidente, as manifestações foram fracas – apesar de não deixarem de ter marcado o posicionamento de uma parcela da população capaz de fechar os olhos para o caos instalado no país. Esses últimos, bolsonaristas de plantão, por conseguinte, também se revelaram não mais capazes de atrair a imensa massa que se manifestou em peso durante o processo eleitoral que levou a cabo a vitória da extrema-direita no país.
Fato é, todavia, que as ruas viram – no domingo – o que muitos analistas estão chamando de “a essência” mais grotesca do bolsonarismo. Isso por que, desta vez, os que se manifestaram publicamente não tinham, obviamente, uma pauta a ser combatida – como anteriormente. Quer dizer, não cabendo mais os ataques à esquerda e ao PT, a pauta dos manifestantes girou em torno de questões absurdas e antidemocráticas – como o apoio incondicional à famigerada reforma da previdência e aos ataques do Planalto à educação. Mais do que isso, os bolsonaristas que foram às ruas pleitearam também – pasme-se – o fim de instituições basilares do estado democrático de direito, como o STF e o Congresso Federal.
Inexpressivas se comparadas às manifestações contra o desgoverno, que aconteceram no dia 15/05, a pouca força das ruas não deixou de revelar nesse domingo, contudo, que há ainda um grande e apaixonado contingente de alienados capazes de se fantasiarem de jogadores da seleção brasileira e darem brados religiosos que colocam o presidente no patamar de um “enviado”, um “ungido” por Deus – um ser messianicamente destinado a “salvar” o país do “comunismo”.
A insanidade das pautas desse domingo, assim postas, podem revelar também, por sua vez, que os descaminhos do atual presidente continuam a se estreitar ainda mais. Afinal, crente de que o povo sairia às ruas em massa e em sua defesa, o presidente e seu séquito ministerial já sabem agora que o namoro com a população já são favas contadas. O desgaste absurdo do desgoverno junto aos eleitores e opositores revela-se assim explicitamente na magreza e na sensaboria das manifestações pró-governo. Tal como alguns de seus antecessores, o presidente atual parece – como ocorreu com Jânio e Collor, por exemplo – não contar mais com o importante respaldo do povo.
Se a desidratação do governo continuará nos próximos dias é o que nos dirão as ruas, novamente, na próxima quinta-feira.
Tudo certo é isso mesmo ele está brincando com o povo e dando valor para briguinhas de quintal
Sem fazer nada para o Brasil.