Cheiro de Natal – por João Carlos Gonçalves

Cheiro de Natal – por João Carlos Gonçalves

bolas de natal

O Natal tem cheiro e deixa rastro. Como a goiaba e a manga, o cheiro de
Natal tem uma época própria, que se inicia no dia 1 de dezembro e termina no dia
25. Durante esse período, o comércio com suas lojas começam a enfeitar-se e as
emissoras de rádio e televisão expõe seus anúncios com temas Natalinos.

Antigamente, em Piracicaba, o cheiro de Natal era mais forte nas lojas da
Rua Governador Pedro de Toledo (não existia ainda o Shopping), com a presença
marcante de Papai Noel e a simpatia dos comerciantes. Para as crianças
daquela época, o mundo encantado estava na Casa Portuguesa, no Ao Cardinali e
na loja Lobrás, que exibiam uma variedade de brinquedos que ajudavam a povoar
um mundo de sonhos.

Lembro-me que a Oficina Dedini fazia festa para os filhos dos empregados, com
distribuição farta de brinquedos e doces. O apito de início dos trabalhos em
sua indústria era marcante, e ecoavam de manhã e no final da tarde por toda a
Noiva da Colina. Eram poucas as indústrias na cidade e ela reinava
soberanamente.

À meia noite do dia 24 para o dia 25, as famílias faziam suas ceias com a
porta das casas abertas e sempre havia alguma coisa para as crianças que
gritavam da rua, desejando um feliz Natal. Talvez fosse uma época na qual as
pessoas eram menos tensas e assustadas e mais solidárias, mais cheia de
sentimento humano.

bolas de natal2Na Rua Governador, muitas famílias desfilavam nas noites que antecediam a
noite de Natal – para admirar as vitrines e cumprimentar-se. No comércio,
distribuíam-se aos clientes folhinhas, calendários de bolso e – em alguns
estabelecimentos, para os fregueses mais assíduos – champanhe, Panetone e até
doce de goiaba (nos armazéns).

A festa de Natal, mesmo de forma eletrônica, ainda existe – e é possível
sentir seu cheiro, embora menos acentuado. Hoje, para os clientes e amigos não se enviam mais os cartões Natalinos, as agendas e os brindes (com exceção de alguns). As pessoas continuam desejando boas festas, mas de outra maneira: por e-mail (já em extinção!), pois a nova geração já está utilizando novas ferramentas digitais para se comunicar: Twitter e Faceboock.

O importante é lembrar que ainda somos seres humanos e que o Natal é época
de alegria, solidariedade, amor, paz, perdão, honestidade e, acima de tudo, de
Igualdade, lealdade e fraternidade.

Um Feliz Natal, com mais presença humana e mais consciência!

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João Carlos Teixeira Gonçalves é professor dos cursos de Comunicação da UNIMEP, memorialista e consultor de comunicação e marketing em empresas.

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